De repente o mundo parou...
Gilmar Viriato F. Santos
Parou para ver o quanto somos frágeis ante um inimigo invisível, mais forte que uma arma nuclear ou o fanatismo religioso.
Parou pra humanidade refletir que vale mais a pena a cooperação e solidariedade do que a especulação que os capitais podem produzir.
Parou pra ver o valor da liberdade e da transparência, perseguidas e ocultadas por um regime autoritário.
De repente, sentimos a falta que faz um abraço, um aperto de mão e, de outro lado, a descoberta do quanto estivemos ausentes para nossos filhos, ficando em casa.
Parou pra ver que os idosos não dependem apenas da ajuda dos governos, mas também do respeito e carinho das crianças.
Parou pra ver o quanto o dinheiro gasto com obras imediatistas e inacabadas fazem falta diante de uma epidemia, e o que é investido em saúde nunca é demais.
O quanto o egoísmo e a ambição política de alguns põe em risco a vida de muitos.
Parou pra ver que é preferível a prevenção pelo medo diante da incerteza, que não respiramos dinheiro nem ouro e que a riqueza não é nada diante do imponderável.
Que nenhum dinheiro do mundo compra nossa saúde. Que dependemos uns dos outros para convivermos em paz e saudáveis.
Que não precisamos de uma autodestruição nuclear pra sentir, na dor da solidão e do isolamento, a importância da fraternidade e do coletivo.
De repente, percebemos que não somos nada diante da natureza e dos desígnios do Criador, este sim, que tem o poder de transformar o mundo e o coração do homem.
Tudo isso em 15 dias.
No final, iremos perceber que é mais fácil espalhar esperança e amor do que medo e desespero. Aos olhos da nossa alma caberá a tarefa de ver essa lição como uma ameaça ou uma oportunidade.
A destruição é criadora. O mundo não será mais o mesmo.
Que Deus abençoe nosso País.
Gilmar Viriato F. Santos é economista