Entidades pedem compreensão com empresas multadas por greve
Representantes das federações das empresas de transportes de cargas do Paraná e de Santa Catarina estiveram no gabinete do deputado federal Evandro Roman, em Brasília, para solicitar apoio do parlamentar com vistas à revisão das multas aplicadas às empresas por conta da greve de caminhoneiros, encerrada na semana passada.
Cerca de 120 empresas punidas sob acusação de incitar a greve alegam que se as multas impostas pela AGU (Advocacia Geral da União) não forem suspensas, terão que desembolsar em torno de R$ 339 milhões e acabarão inviabilizadas economicamente.
Roman conseguiu uma audiência com o ministro Carlos Marun, da Secretaria Geral da Presidência, no Palácio do Planalto, para discutir o assunto. A reunião contou também com a participação da assessoria jurídica da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) e do advogado cascavelense Jurandir Parzianello.
As empresas querem apenas continuar a trabalhar com segurança e pedem ao governo que, antes de aplicar multas injustas, seja oportunizado o direito à defesa. Segundo Parzianello, a maior parte das multas é ilegítima, pois as empresas sequer foram notificadas pelas autoridades. Aliás, pelo contrário, foram vítimas da greve, e não vilãs.
"Essas multas judiciais podem causar severos danos à sociedade, principalmente o desemprego. São mais de seis mil famílias cujos empregos estão em jogo. Por isso, é preciso separar o joio do trigo", destacou o advogado.
De acordo com Roman, é preciso pacificar o tema e virar a página. "O diálogo é o melhor caminho para a solução dos problemas. No entanto, temos a mais absoluta convicção de que essa conta não pode ser paga pelos trabalhadores", comentou o deputado paranaense, favorável ao aprofundamento da discussão referente à anistia das empresas. (Foto: Assessoria)