Projeto usa internet como aliada para elevar produtividade agrícola
Um projeto que está sendo desenvolvido pelo PTI (Parque Tecnológico Itaipu) pretende modernizar e aumentar a produtividade da agricultura do Oeste paranaense por meio da IoT (Internet das Coisas). A intenção é levar conectividade aos equipamentos e aperfeiçoar as técnicas da agricultura de precisão para que os pequenos produtores possam coletar, monitorar e aplicar dados em uma área de cultivo específica e, com isso, garantir melhores resultados.
A iniciativa está sendo desenvolvida no Parque por intermédio do Celtab (Centro Latino-Americano de Tecnologias Abertas) e surgiu a partir de uma demanda da Itaipu Binacional de automatização do Sistema de Monitoramento de Estações Climáticas da usina.
Segundo o gerente do Celtab, Miguel Diogenes Matrakas, atualmente, a aquisição dos dados das estações meteorológicas da Itaipu é realizada empregando um processo que não está completamente automatizado e, em alguns casos, é necessário o deslocamento de um técnico até o local para verificar a unidade.
Os pesquisadores do Celtab enxergaram potencial de ampliação da solução que está sendo desenvolvida para a Itaipu, desde a transmissão de dados de estações meteorológicas ao armazenamento e acesso de dados de outros aspectos da produção no campo, de acordo com o coordenador do Laboratório de IoT do PTI, Rolf Massao Satake Gugisch.
Os dois projetos são desenvolvidos com base nos conceitos já explorados no laboratório, inaugurado em 2017 e no qual são feitas pesquisas relacionadas a dispositivos conectados à rede de internet.
Conforme Rolf, o projeto, denominado "Smart Farm" (traduzido do inglês como "fazenda inteligente"), será apresentado em breve às cooperativas. "De acordo com a matriz mercadológica da região Oeste, sua base é inteiramente agro/rural. A partir disso, existem diversas cooperativas associadas ao PTI que podem tornar-se alvos estratégicos dessa proposta", pontua Rolf, assinalando que o estudo conta com a parceria da Unioeste.
CONECTIVIDADE
A intenção é criar um sistema que conecte as estações das propriedades rurais da área de atuação da Itaipu, mesmo nos locais em que não há sinal de celular. O coordenador ressalta que essas propriedades já fazem uso de técnicas associadas à agricultura de precisão, que reúne tecnologias de orientação e monitoramento da gestão da área de plantio. A aplicação é feita por meio da programação de máquinas como colheitadeiras de precisão, que se baseiam em sistemas de rastreamento e navegação (GPS), além da geração de mapas de produtividade. A partir da solução desenvolvida pelo projeto, os produtores poderão ter dados mais específicos sobre a área onde estão.
"Essas informações podem ser compartilhadas entre a Itaipu e os produtores rurais pelo mesmo sistema, visto que todos precisam de informações climáticas para viabilizar suas ações", completou Rolf. O primeiro modelo teste da estação de baixo custo foi instalado em abril em uma área rural pertencente à Unioeste e localizada em Céu Azul. (Foto: Assessoria Itaipu)