Uma aliança pelo Brasil
J. J. Duran
Analisemos descontraidamente que o presidente Jair Bolsonaro tem uma base sociopolítica que o apoia com firmeza, constituída pelo empresariado sem nacionalidade declarada, militares com sentido republicano do que é democracia, polícias que encontram no ex-militar um companheiro sem farda que compreende as vicissitudes que tem uma profissão num meio altamente volatilizado pela violência, os evangélicos pentecostais e os poderosos ruralistas, dentre outros agrupamentos.
Essas forças sociopolíticas não são a maioria do padrão eleitoral, e provavelmente representam menos que os 67 milhões que elegeram o candidato apunhalado infamemente durante a campanha eleitoral, porém já demonstraram ter grande capacidade de organização e mobilização em defesa de sua forte identificação ideológica com Bolsonaro.
A política econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes, profundo conhecedor das políticas reformistas liberais cujo maior óbice é sua condição de excludente dos menos aquinhoados de bens materiais, ou seja, dos mais humildes, já deu bons resultados em outros países e está percorrendo o caminho certo da recuperação das finanças da República e do resgate do respeito do mundo capitalista.
Os setores cansados da violência quotidiana, representados no Congresso Nacional pela chamada bancada da bala, são a representação fiel daqueles que amargam a dor e a impotência.
O primeiro ano do Governo Bolsonaro foi coerente com suas promessas de campanha. Pela primeira vez um político assumiu o mandato e cumpriu o prometido.
A criação de um novo partido político, totalmente afinado com seu ideário ideológico e de costumes, faz do presidente membro dileto do grupo de homens públicos que, mais do que prometer, fazem. A nova sigla vai se constituir numa força orgânica imune aos paradigmas políticos do velho Brasil politiqueiro.
Essa guinada partidária de Bolsonaro não deve ser subestimada, pois o presidente vai aglutinar em torno de seu ideário pessoal uma massa de pensamento radicalizado, de comunicação curta, incisiva e afirmativa do seu poder.
O senhor da razão mundana chamado tempo mostrará o acerto desta análise ou do equívoco deste velho jornalista sempre dissidente.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras