Reformas e desemprego
J. J. Duran
Os violentos movimentos rotulados como sociais e ocorridos no fim de 2019 na indo América surpreenderam até aos mais calejados analistas políticos internacionais.
Por diferentes razões, as três maiores economias do jovem continente (Brasil, Argentina e México) não foram atingidas pela tremenda convulsão sociopolítica que se estabeleceu no Chile, ex-pérola econômica do pacífico, e seus irmãos Peru, Equador, Colômbia e Bolívia.
Com mais de 380 milhões de habitantes e economias bem mais robustas que os vizinhos, esses três grandes países têm como marca registrada impor regras na marcha dos negócios internacionais, mas não podem se ufanar do cenário que vivem socialmente.
No caso específico do Brasil, é preciso ter claro que as reformas propostas pelo Governo e aprovadas pelo Congresso Nacional até agora não produziram melhoras visíveis no orçamento familiar das classes menos favorecidas, pois o País segue apresentando uma elevadíssima taxa de desemprego.
Além disso, é imperativo reconhecer que a Operação Lava Jato já não aplaca mais os ânimos da sociedade brasileira como outrora, pois a publicação de mensagens trocadas entre o agora ministro Sergio Moro e procuradores causaram uma clara fissura na antes intocável equipe que conseguiu romper o maior esquema de corrupção da história do País e mandar para a cadeia figuras antes intocáveis da política nacional.
Por tudo isso, no silêncio por vezes dramático dos gabinetes que circundam o poder existe hoje uma forte preocupação com o que poderá brotar das urnas nas eleições municipais de 2020.
"O estresse da economia, a desocupação petrificada numericamente e a perda de direitos - duvidosos ou não - recebidos do ex-governo paternalista dão como resultado um diagnóstico altamente conflitivo", diz um informe de Cynthia Arnson, diretora para a América Latina do centro Woodrow Wilson. (Foto: José Cruz/AGBR)
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras