A expressão popular "chutar o balde" nunca esteve tão em voga quanto agora no cenário político brasileiro. Jair Bolsonaro parece amanhecer sempre de mau humor e fazer questão de levantar na ponta dos pés para não correr o risco de acordar a primeira dama e ter que ouvir dela aqueles velhos e infrutíferos conselhos que dez entre dez esposas costumam dar aos seus maridos e ir logo à internet destilar o veneno verbal que lhe é peculiar desde os tempos da caserna. Essa conduta, obviamente, tem aumentado cada dia mais sua já vasta lista de desafetos, sejam eles autoridades constituídas ou cidadãos comuns e igualmente toscos que transformaram as tais redes sociais em uma espécie de lixão a céu aberto. Mas cá entre nós, é preciso dar um desconto e reconhecer que, muitas vezes, nosso presidente não pronuncia nada além da mais pura verdade. Foi o que aconteceu hoje, quando se dirigiu a um pequeno grupo de repórteres que o assedia diariamente na porta do Palácio do Planalto dizendo que os jornalistas, no Brasil, são "uma raça em extinção". Tomando por base aquele conhecido ditado popular segundo o qual "quem diz a verdade não merece castigo", mesmo entendendo que o trato de Bolsonaro para com diferentes segmentos da sociedade está distante daquele que espero de alguém que ocupa um cargo de tamanha envergadura, não me senti ofendido por essa fala sobre a imprensa, cuja maior parcela há tempos perdeu o bonde da história e desvirtuou totalmente seu papel de bem informar.

Mais um crime...

Às turras com Bolsonaro, a maior parte da imprensa ignorou solenemente mais um escândalo com dinheiro público que veio à tona neste início de 2020 e teve como protagonistas 248 famílias de servidores do Governo do Distrito Federal. Todas elas se beneficiaram do Bolsa Família ano passado, mesmo com renda per capita até 50 e tantas vezes maior que a exigida pelo programa.

...de lesa-Pátria

O caso mais gritante dessa descoberta revoltante, feita pela Controladoria-Geral da União, é o de uma família cuja renda mensal atingiu a casa dos R$ 27,1 mil por pessoa. Esse valor é 54 vezes maior que o máximo de R$ 499 permitido para participação nos programas sociais do governo federal, ou seja, o suficiente para classificar o caso como um verdadeiro assalto ao erário.

Santa inocência!

Não colou (e nem poderia!) a versão do prefeito José Romualdo Pedro de que não eram suas as assinaturas contidas nos documentos que levaram à sua cassação, decidida durante a sessão desta segunda-feira da Câmara de Lindoeste. Afinal, de acordo com o que foi apurado pelo Gaeco, os pagamentos eram efetuados com cheques assinados pelo prefeito e por seu ex-homem de confiança na Secretaria de Finanças, Jadiel Almeida Ferreira.

* Pílulas

* O jornalista Paulo Alexandre está fora da Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cascavel. * Ele comunicou sua saída  ao secretário Jéferson Lobo nesta segunda-feira, três anos após assumir a direção da pasta. * Uma cena inusitada registrada pelas câmeras de monitoramento mostra uma espécie de falso milagre ocorrido no fim de semana em um supermercado de Foz do Iguaçu. * Um homem supostamente paraplégico entrou no estabelecimento e, ao se aproximar da gôndola de bebidas, se levantou da cadeira de rodas, pegou um litro de whisky escocês, o escondeu na cintura e foi embora tranquilamente. * O recesso da Assembleia Legislativa do Paraná vai se estender até o próximo dia 18, mas nem todos os deputados estão de férias. * O presidente Ademar Traiano e o primeiro secretário Luiz Cláudio Romanelli, por exemplo, deram expediente normalmente nesta segunda-feira (6).