Foi-se o tempo em que o Brasil consumia peixe basicamente apenas na Semana Santa, que é quando a liturgia católica recomenda a não ingestão de carne vermelha em sinal de consternação pela morte de Jesus. Importante fonte de proteína e com baixíssimo teor de gordura, ele hoje é presença obrigatória no cardápio dos restaurantes brasileiros, do mais simples ao mais luxuoso.

Essa mudança começou quando os agricultores descobriram na tilápia uma importante fonte alternativa de renda. Hoje em dia, um quilo dessa saborosa carne tem um custo de produção de aproximadamente R$ 4, mas garante ao criador uma lucratividade que pode chegar a 100% desde que empregadas as técnicas de manejo mais adequadas.

O negócio é tão bom, tanto para o corpo quanto para o bolso, que no ano passado a produção de peixes subiu mais 4,5% e atingiu a expressiva marca de 722 mil toneladas, conforme o Anuário Brasileiro de Piscicultura. Detalhe importante: a tilápia respondeu sozinha por 400 mil toneladas, produção 11,9% maior que a de 2018.

CAPITAL NACIONAL

A produção de tilápia em escala industrial se espalhou rapidamente pelo Brasil inteiro, mas é aqui que ela está mais avançada. O Paraná lidera o ranking nacional com 123 mil toneladas/ano (29,3% do total), seguido de São Paulo (69,5 mil toneladas) e Santa Catarina (33,8 mil toneladas).

Isso ajuda a explicar o fato de o pequeno município de Nova Aurora, localizado no Oeste paranaense, ter sido reconhecido recentemente como Capital Nacional da Tilápia. A lei concedendo esse título surgiu de projeto do deputado federal cascavelense Evandro Roman aprovado pela Câmara e pelo Senado e sancionado há pouco mais de duas semanas pelo presidente Jair Bolsonaro.

Em sua justificativa, Roman detalhou que a atividade gera cerca de 800 empregos diretos e beneficia mais de 250 produtores familiares de Nova Aurora. Além disso, impactou positivamente o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) local, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes. (Foto: Sistema Faep)