Crise do petróleo derruba Pedro Parente do comando da Petrobras
A pressão exercida inicialmente pelos caminhoneiros em greve, e depois pelos funcionários da empresa - que fizeram uma greve de 72 horas para pedir seu afastamento -, foi demais para a cabeça de Pedro Parente, que nesta sexta-feira pediu demissão da presidência da Petrobras, cargo que ocupava desde junho de 2016.
De acordo com comunicado da estatal, enviado ao mercado no fim d amanhã, a nomeação de um CEO interino será examinada ao longo do dia pelo Conselho de Administração. Ainda de acordo com o comunicado, a diretoria executiva da companhia não sofrerá qualquer alteração.
Em uma carta enviada ao presidente Michel Temer, com quem se reuniu pela manhã, Parente diz que a greve dos caminhoneiros e "suas graves consequências para a vida do País" desencadearam um debate "intenso e por vezes emocional" sobre as origens da crise, e que a política de preços da Petrobras adotada durante sua gestão foi colocada sob "questionamento", apesar de os resultados obtidos revelarem "o acerto do conjunto das medidas que adotamos, que vão muito além da política de preços".
A política de preços de combustíveis da Petrobras foi um dos principais alvos dos caminhoneiros durante a paralisação da categoria nos últimos dias. Parente declarou em mais de uma ocasião que não mexeria nos preços e, diante disso, se viu pressionado e sofreu um grande desgaste no comando da estatal.
"Tenho refletido muito sobre tudo o que aconteceu. Está claro, sr. presidente, que novas discussões serão necessárias", diz Parente na carta. A expectativa do governo é que isso demova os caminhoneiros de cumprirem a promessa de "invadir" Brasília na segunda-feira. (Foto: AGBr)