Solução apenas momentânea
Há cerca de três décadas o saudoso Emir Sfair, que nos deixou há quase 22 anos, publicou um editorial de capa no jornal O Paraná classificando como "trevo burro" a obra executada no entroncamento das BRs 277 e 369. Visionário, Emir previu que o local se transformaria em um dos maiores gargalos do sistema viário paranaense, o que de fato aconteceu. Lembrei-me desse episódio, que gerou uma espécie de urticária em algumas autoridades da época, por conta do anúncio oficial da execução da revitalização do Trevo Cataratas, uma obra reivindicada há muitos anos, mas que já não era mais vista como a melhor escolha inclusive por algumas pessoas que se envolveram nesta luta lá atrás. Se por um lado há de se reconhecer que é uma conquista de extraordinária importância - e fruto da ação louvável de lideranças que colocaram os interesses da sociedade como um todo acima dos interesses de pequenos grupos -, por outro parece ponto pacífico que a construção de um contorno desviando o tráfego pesado que torna esse trevo uma espécie de via crucis para quem precisa passar por ele, especialmente nos horários de pico, é a única solução definitiva para o problema. Em todo caso, que venha a revitalização - que constará inclusive de viadutos -, pois, sem dúvida, irá minimizar sobremaneira o problema por um bom tempo. Mas que fique claro: lá na frente será necessário buscar uma nova solução, que desobrigue quem viaja por essas duas importantes rodovias de passar pelo perímetro urbano de Cascavel.
Cautela necessária
Ainda sobre o tema abordado na abertura desta coluna, é importante as autoridades e a chamada sociedade civil organizada não se deixarem levar pelo entusiasmo excessivo e acharem que o problema está resolvido, mesmo que de forma paliativa. Afinal, Cascavel está cansada de sucessivas promessas descumpridas e mantém vivos na lembrança os casos da duplicação do trecho entre o próprio Trevo Cataratas e o Show Rural, finalmente em execução, e da ligação Cascavel-Corbélia, que continua só no papel.
De Marchi ficha limpa
O Tribunal de Justiça do Paraná anulou a condenação de Lúcio de Marchi em primeira instância ao pagamento de R$ 301 mil em multa por suposta propaganda pessoal com recursos públicos. A decisão se refere à ação proposta pelo Ministério Público contra o prefeito de Toledo pelo fato de ele ter assinado publicamente ordens de serviço e abertura de licitações, como se fosse crime primar pela transparência absoluta no gasto do dinheiro do contribuinte.
Raposa no galinheiro
Quem veste uma farda policial tem a obrigação de garantir o cumprimento das leis que zelam pela segurança pública. Mas era exatamente o contrário que faziam dez PMs lotados em Santa Terezinha de Itaipu e presos nesta terça-feira (10) pelo Gaeco. De acordo com a investigação, eles não só descumpriram a missão de combater o crime organizado como se integraram a ele, usando inclusive viatura oficial para transportar produtos confiscados de contrabandistas que não concordavam em pagar a propina exigida.
Só sobraram duas
Das cinco empresas que se inscreveram para participar da licitação destinada à instalação de 754 abrigos e adequação de calçadas nos pontos de ônibus de Cascavel, três não passaram da fase de análise da documentação. Só duas permanecem no certame, cujo resultado ainda vai demorar porque é necessário dar cinco dias úteis para apresentação de recursos e outros cinco para as chamadas contrarrazões. Só depois disso é que serão abertos os envelopes com as propostas financeiras, que seguem lacrados. O montante que está sendo licitado é de pouco mais de R$ 16,8 milhões.
Coopavel se agiganta
Há cerca de dez dias, ao ser flagrado em reunião com o ex-presidente da Fiep Edson Campagnolo, Dilvo Grolli desconversou dizendo que estava apenas recebendo a visita de um grande amigo. Agora, sabe-se que o encontro era mais que mera cordialidade. Aquela conversa, supõe-se, foi determinante para que a Coopavel expandisse sua atuação no Sudoeste do Paraná adquirindo a tradicional Sementes Guerra, uma das líderes na produção e comercialização de sementes de soja, milho e trigo do Brasil. Campagnolo mediou a negociação entre Dilvo e Ricardo Guerra, CEO da empresa adquirida pela cooperativa cascavelense.
* Pílulas
* O vereador cassado Damasceno Júnior deu com os burros n?água em sua tentativa de voltar à Câmara de Cascavel. * O recurso apresentado por sua defesa foi negado hoje pela 4ª Câmara do Tribunal de Justiça do Paraná. * Reunido hoje, o Conselho Nacional do Ministério Público decidiu abrir um novo processo administrativo disciplinar contra Deltan Dallagnol. * Parece piada, mas não é: o coordenador da Lava Jato terá que responder pelas críticas feitas nas redes sociais a Renan Calheiros, detentor de uma folha corrida com mais de uma dezena de inquéritos só no STF. * Mais uma notícia dura de engolir: 54% dos brasileiros, segundo o Datafolha, consideram justa a soltura Luiz Inácio Lula da Silva. * Se isso acontece mesmo diante do fato de o ex-presidente já ter duas condenações em segunda instância, não é equivocado aceitar como verdadeiro o ditado que diz que "cada povo tem o governo que merece". * A votação do relatório final da CPI da JMK, inicialmente prevista para hoje, ficou para segunda-feira da semana que vem. * O adiamento se deu para que os membros da comissão possam analisar melhor o relatório de 230 páginas sobre as maracutaias feitas com o dinheiro destinado à conservação da frota de veículos do Governo do Paraná.