Nem só os quadrúpedes têm o hábito de proteger o rabo quando ameaçados. Certos humanos também agem de forma semelhante, notadamente aqueles com um passado que não lhes permite a autonomia necessária para a tomada de decisões importantes. E a julgar pelas declarações contundentes feitas pelo senador Oriovisto Guimarães e publicadas ontem pelo Alerta Paraná, é exatamente isso que estão fazendo os presidentes da Câmara e do Senado no que tange ao encaminhamento da matéria relativa à retomada da prisão após condenação em segunda instância. Pois saiba o leitor desta colona que Rodrigo Maia, por mais que procure se apresentar como político ficha limpa diante das câmeras, responde a três inquéritos no STF instaurados pela Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina das empreiteiras OAS e Odebrecht. Já Davi Alcolumbre responde a outros dois inquéritos na mesma Corte, relativos a supostas irregularidades cometidas na campanha eleitoral de 2014 e que foram"desenterrados"pela Procuradoria-Geral da República depois de terem sido arquivados pela Justiça Eleitoral de seu Estado, o minúsculo Amapá.

Apetite seletivo

Mas essa história de rabo preso não é uma exclusividade dos políticos entre os que têm voz de comando no Brasil. Contrariando as medidas de austeridade implementadas pelo atual governo federal, o Tribunal de Contas da União decidiu avalizar uma licitação do Supremo Tribunal Federal para compra de refeições à base de queijo de cabra, medalhões de lagosta, vinhos e espumantes premiados para matar a fome e a sede dos nobres ministros e seus asseclas. O rancho vai custar a"ninharia"de R$ 481,4 milhões.

Lição de Cabral

No Rio de Janeiro, o ex-governador Sérgio Cabral perdeu regalias e foi transferido em outubro passado do Complexo Penitenciário de Bangu para a Cadeia Pública de Benfica depois que o Ministério Público descobriu que ele tinha à disposição, em sua cela, até queijo de cabra importado a um custo de quase R$ 300 o quilo. Mas com os capas pretas do STF é claro que nada vai acontecer, para frustração ao menos dos 12,5 milhões de brasileiros desempregados por conta da crise econômica do País.

Greve infrutífera

A minoria (e põe minoria nisso!) de professores estaduais do Paraná que cruzou os braços nesta semana voltou para as salas de aula com o rabo entre as pernas após dar com os burros n'água com a greve de três dias. Desta vez de nada adiantou a pressão, pois a Assembleia Legislativa aprovou e promulgou a reforma da Previdência estadual no mesmo dia. A propósito, o Tribunal de Justiça do Paraná negou nesta sexta-feira o pedido da oposição para anular a votação.

Pé na Estrada

O título desta nota é o nome dado ao programa que o Cidadania23 vem desenvolvendo nas principais do Paraná para reestruturar diretórios e promover novas filiações com vistas às eleições de 2020. Hoje o evento será realizado às 18 horas no Copas Executive, em Cascavel, e amanhã, às 10 horas na Câmara Municipal de Ponta Grossa.

Céu de brigadeiro

O agronegócio paranaense, que já não tem do que reclamar por conta do aumento da demanda internacional por proteína animal, teve seu horizonte ainda mais clareado pela presença, hoje, da ministra da Agricultura em Medianeira. Tereza Cristina veio especialmente para assinar a Instrução Normativa 63, primeiro passo para que o Estado vire Zona Livre de PSC (Peste Suína Clássica) exclusiva. É uma garantia de lucros ainda maiores para o setor logo ali na frente.

* Pílulas

* A Câmara de Cascavel tem feito quase que semanalmente atos solenes para homenagear personalidades e entidades da cidade que se destacam em suas áreas de atuação. * Nesta sexta-feira, por exemplo, foram entregues comandas a William Fischer, Levino Antonio Vaz (Cafu), Stephany Beatriz, José Bolívar Bretas, João Felipe Alves Ferreira, Giovano Antonio e Sindicato dos Contabilistas. * Por falar na Câmara, a Comissão de Segurança Pública e Trânsito apresenta na próxima quinta-feira (12) um pacote de sugestões para o próximo contrato de concessão do transporte coletivo urbano. * As ideias foram compiladas pelos vereadores Fernando Hallberg, Pedro Sampaio e Policial Madril, que compõem a referida comissão. * Parte da imprensa vendeu nesta semana a falsa ideia de que o Governo Jair Bolsonaro vai privatizar o Parque Nacional do Iguaçu, o que poderia levar à substituição da reserva natural por lavouras. * Foi um grande equívoco, pois a proposta, na verdade, é privatizar apenas a gestão do parque, que deverá continuar totalmente intacto.