CNJ inicia julgamento de Moro por vazamento de áudio e Lula e Dilma
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) confirmou para esta terça-feira, dois anos após a apresentação da denúncia, o início do julgamento do processo interno que apura eventual cometimento de crimes contra a Constituição pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação lava Jato.
O caso em questão remete aos últimos instantes do governo Dilma Rousseff, quando o impeachment avançava e a petista, em estratégia política, indicou o ex-presidente Lula para a Casa Civil. Às vésperas da posse, em 16 de março de 2016, Moro tornou público áudios do diálogo ao telefone em que Lula e Dilma conversam sobre o documento de nomeação.
A divulgação, por envolver a Presidência da República, é considerada ilegal e mereceu reprimenda do ex-ministro do STF Teori Zavascki, morto janeiro de 2017, a Sérgio Moro, que à época pediu "escusas" ao STF alegando ter procurado "dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva".
Para a Liderança do PT na Câmara, que apresentou a denúncia ao CNJ, Moro cometeu crimes ao violar o sigilo telefônico de uma presidente da República. Também assinam a denúncia os deputados Wadih Damous (PT-RJ), Afonso Florence (PT-BA), Henrique Fontana (PT- RS), Paulo Teixeira (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Rubens Pereira Júnior (PCdoB- MA).