Oeste amarga catástrofe econômica com paralisação dos caminhoneiros
As consequências dos nove dias da paralisação das atividades causada pela greve dos caminhoneiros são tão sérias na economia do Oeste do Paraná, um dos principais centros produtores do Brasil, que líderes já dão nova classificação ao seu grau de intensidade. A situação saiu do caos e entrou para a esfera de catástrofe, disseram autoridades e representantes do agronegócio e de outros setores produtivos, como G8 e Caciopar, que estiveram reunidos na tarde desta terça-feira, na Acic (Associação Comercial e Industrial de Cascavel).
O encontro buscou avaliar com profundidade os prejuízos que a região amargou com o movimento paredista. E o consenso é que eles são dos mais duros, com perdas diárias apenas no setor agropecuário de R$ 30 milhões. Líderes das principais cooperativas da região informaram que o ano de 2018 será de perdas e que o exercício de 2019 também foi duramente afetado pelo alongamento da mobilização. As empresas começam a analisar demissões, ampliar cortes e contenção de despesas, a retardar e a cancelar investimentos e também buscam o apoio do poder público para postergar o pagamento de tributos.
No início, empresas e entidades deram apoio à manifestação dos caminhoneiros, porque entendiam que naquele momento as reivindicações eram justas e legítimas. Mas, mesmo com conquistas acenadas pelo governo, a mobilização não cessou e então outras pautas começaram a ser inseridas entre os manifestantes, com as quais muitos não concordam.
As empresas esperam que, com o apoio do governo estadual e das forças policiais, criem-se o mais depressa possível condições para que os abates sejam retomados. Há mortandade de milhões de aves no campo, e muitas outras já condenadas por falta de espaço nos aviários, atrasos no cumprimento de contratos de exportação e multas. Empresários do segmento relataram também à polícia o "sequestro" de caminhões e motoristas, que foram forçados a se dirigir às áreas de parada dos manifestantes, além do apedrejamento de veículos e outras situações consideradas muito além do clima pacífico que se divulga.
PERDA DE RUMO
Outro consenso é que, gradualmente, todos os brasileiros de bem vão entender que o movimento perdeu seu rumo e razão de existir à medida que os prejuízos forem gradualmente distribuídos a cada um. A reunião da tarde desta terça-feira, na Acic, contou com a participação também de representantes da política e de empresas como JBS, BRF e Seara. (Foto: Assessoria Acic)