O anárquico sonho de Gleisi: Moro preso e Lula presidente
O significado de anarquia, segundo qualquer dicionário da língua portuguesa, é o estado de um povo que, de fato ou virtualmente, não tem mais governo. Partindo dessa premissa, a lógica leva a concluir que o que a deputada paranaense Gleisi Hoffmann, indo na contramão da maioria esmagadora da população brasileira, sonha com um País em completa desordem.
"Quero Moro preso e Lula presidente", disse ela em discurso para a companheirada ontem, ao término do 7º Congresso Nacional do PT, no qual foi reeleita presidente nacional do partido. "Lula foi liberado [sic], mas não é a liberdade plena que nós queríamos. Nós queremos a anulação da sentença de Moro. Aliás, queremos a prisão de Sergio Moro pelas barbáries que ele praticou", reforçou Gleisi, repetindo o gesto do punho erguido de José Dirceu quando este foi preso.
A tese da presidente petista é de que Lula foi condenado com base em provas forjadas pela equipe da Lava Jato comandada pelo hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública, como que apostando no ditado popular que diz que a mentira dita repetidas vezes vira verdade.
No seu discurso, Gleisi ignorou solenemente o fato de a sentença de Moro, datada de julho de 2017, ter sido ratificada por unanimidade pela 8ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em janeiro de 2018, e também pela 4ª Turma do STJ (Superior Tribunal de Justiça), em abril deste ano. O TRF até aumentou para 12 anos e 1 mês a pena de Lula, que foi posteriormente reduzida pelo STJ para 8 anos, 10 meses e 20 dias.
Se isso tudo aconteceu, significa que os desembargadores e ministros dos dois tribunais não viram provas forjadas no processo, muito pelo contrário. E ao avalizarem a condenação de Lula, se verdade fosse a tese de Gleisi, mereciam a mesma punição defendida por ela para Moro. Ou não? (Foto: Reprodução Facebook)