Estado quer mudar a Lei das Universidades
O Governo do Paraná pretende mandar em breve para a Assembleia Legislativa uma nova proposta de Lei Geral das Universidades. A ideia é estabelecer critérios de eficiência na busca de melhores resultados depois que uma pesquisa contratada pela Faciap (Federação das Associações Comerciais e Industriais do Paraná) e publicada em primeira mão pelo Alerta Paraná revelou um cenário de custo altíssimo para o contribuinte paranaense, e da disposição de contratar outro levantamento para apurar o que essas instituições entregam para a sociedade paranaense.
Ao comentar o assunto, o deputado Luiz Cláudio Romanelli defendeu um diálogo franco entre as universidades e o Estado. "Primeiro, é preciso reconhecer a importância das universidades estaduais no desenvolvimento do Paraná. O Estado não seria tão importante se não tivéssemos as sete universidades estaduais com os cursos de graduação e os programas de pós-graduação e de extensão", disse ele, que integra a Frente Parlamentar pela Promoção e Defesa das Universidades Públicas.
Romanelli reiterou a defesa do ensino estadual público superior. "O Paraná qualificou o ensino público superior, a partir da titulação dos professores, com carreiras estáveis, incentivando a dedicação exclusiva, observando o tripé da graduação, pesquisa e extensão universitária. Isso tudo interage com o desenvolvimento regional, fundamental na sociedade", acrescentou.
A frente parlamentar, disse Romanelli, tem que fazer o debate sobre a nova lei junto às universidades, sindicatos, colegiados nas instituições, técnicos da Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia."Creio que sem esse debate, não vamos conseguir avançar. O objetivo deve ser promover esse debate internamente no governo antes que o anteprojeto de lei venha ao parlamento para ser votado?, observou.
"Eu conversei com o chefe da Casa Civil, o deputado Guto Silva, e o Governo está de portas abertas para promover esse debate, um debate qualificado, até porque temos os melhores professores e os melhores técnicos. Tem que ser um debate de alto nível justamente na contraposição de ideias, buscando racionalizar o uso do dinheiro público e ao mesmo tempo manter a qualidade do ensino público superior do Paraná", completou Romanelli.
DISTORÇÕES
Fruto de uma política sindical agressiva, associada a uma complacência dos governantes de plantão pouco comprometidos com a saúde financeira do Governo do Estado, nos últimos anos os professores (e também os servidores) de todas universidades estaduais paranaenses tiveram um ganho salarial muito acima da média nacional do setor. Prova disso é que o salário médio dos professores da Unioeste (R$ 17,223), da UEL (R$ 15.308) e da UEM (R$ 14.007) está bem acima do salário médio de instituições bem mais tradicionais, como Unicamp (12.022), UFPR (12.391) e USP (R$ 13.376). (Foto: Divulgação Alep)