Segredo do sucesso do agro paranaense passa pela Adapar
O Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti, vinculado à Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), trabalha como apoio à defesa agropecuária do Paraná e realiza aproximadamente 100 mil exames por ano. Eles ajudam a manter a saúde animal e a sanidade vegetal de boa parte dos produtos consumidos no País e exportados.
Entre os laboratórios públicos, o paranaense é um dos maiores, com 42 exames acreditados pelo Inmetro e reconhecidos internacionalmente, além de ser credenciado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para doenças incluídas nos programas oficiais de controle ou erradicação.
"A Adapar tem um laboratório de excelência que garante o suporte à atividade de vigilância e monitoramento da sanidade agropecuária paranaense", salienta o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. "Os equipamentos modernos, que inclusive apresentam resultados online, e os servidores que ali atuam são uma segurança na detecção e auxílio no combate emergencial e rotineiro a qualquer doença", afirma ele.
"O trabalho realizado aqui complementa o sistema de fiscalização que é feito no campo para, dessa forma, garantir a qualidade dos alimentos tanto de origem animal quanto vegetal para o consumidor", diz o gerente do centro, Rodrigo Gibrail Okar. Além do atendimento prioritário à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná, à qual é vinculado, e a programas desenvolvidos pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, o Centro de Diagnóstico oferece serviços para particulares mediante pagamento de taxas.
A entrada nas dependências do laboratório, instalado no Setor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, é controlada para evitar qualquer contaminação das amostras que chegam do campo. Aventais próprios e protetores para os pés são obrigatórios. Em alguns locais, como no laboratório de análise da raiva, ninguém entra se não obedecer todo o protocolo de controle que inclui, entre outras ações, a vacinação e sorologia para comprovação de título de anticorpos.
COORDENAÇÕES
O Centro de Diagnóstico Marcos Enrietti tem 28 profissionais, entre veterinários, agrônomos, biólogos e técnicos, além dos servidores administrativos. Ele é dividido em três coordenações: diagnóstico animal, diagnóstico vegetal e biologia molecular. Na área animal, há alguns trabalhos que ganharam maior importância, em razão da amplitude das doenças investigadas ou de políticas governamentais de sanidade ou econômicas. Entre elas estão a peste suína clássica, a influenza aviária, a salmonelose e a brucelose.
"Trabalhamos basicamente de duas formas. Uma delas é a parte de sorologia, que é a pesquisa de anticorpos, descobrir se o animal ficou exposto a uma doença indiretamente, ou seja, se ele tem anticorpos para aquela doença", explica a médica veterinária Maria Constanza Rodrigues. "Mas também trabalhamos com a identificação do agente, saber se naquele momento em que o médico veterinário coletou a amostra no campo o animal estava com o vírus presente no organismo".
Na área vegetal, o trabalho é para identificar pragas e doenças que atacam as plantas e que estão distribuídas em grandes grupos: insetos, nematoides, ácaros, bactérias, vírus e fungos. Eles são responsáveis por causar danos de interesse econômico à agricultura. Para auxiliar na identificação, o Centro de Diagnóstico tem uma coleção com mais de mil espécies de insetos, ácaros e outras pragas. "Eles são referência", reconhece o engenheiro agrônomo Arlei Maceda. "Em vez de se debater com os livros vai na coleção e verifica se já está lá para definir a espécie por comparação".
BIOLOGIA MOLECULAR
No apoio ao trabalho dessas duas áreas está o laboratório de Biologia Molecular, que concentra alguns dos equipamentos mais modernos da estrutura. Por meio de parceria, a Adapar recebeu um aparelho de alta precisão para diagnósticos por técnicas moleculares em tempo real do Sindiavipar (Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná).
Segundo a médica veterinária Rosângela Rodrigues dos Santos, os aparelhos garantem maior rapidez e qualidade nos exames. Enquanto no sistema convencional seriam necessárias várias etapas de análise em diversos equipamentos, os novos concentram o trabalho, podendo processar até 96 amostras simultaneamente, e apresentam o resultado rapidamente, quase em tempo real. "A capacidade e a precisão de diagnóstico do laboratório foi aumentada", afirma. (Foto: Divulgação Seab)