Vereadores insistem que Estado intervenha no HU
Paulo Sérgio Wolff abandonou a reitoria da Unioeste no fim do mês passado para concorrer novamente ao cargo de diretor do campus de Cascavel, mas as deficiências de sua gestão à frente da universidade insistem em não abandoná-lo.
Indignados com novas constatações feitas hoje, durante visitas de inspeção à UPA Tancredo Neves e ao Hospital Universitário, os vereadores da Comissão de Saúde (Josué de Souza, Roberto Parra e Jorge Bocasanta) concluíram que o HU só voltará a cumprir a contento sua função social a partir de uma intervenção do Governo do Estado. Enquanto na UPA o quadro era de caos, com 52 pessoas aguardando atendimento, no HU havia espaço ocioso, para revolta dos parlamentares.
"Nós verificamos inclusive casos de pacientes aguardando em macas improvisadas. Tinha gente esperando ainda na maca do Siate, por falta de capacidade de atendimento da UPA, sobrecarregada por falta de leitos. Isso é um absurdo", protestou Josué. "Por isso decidimos ir ao HU na sequência e lá a situação era tranquila, até com leitos vagos", acrescentou Parra.
A equipe de coordenação da UPA explicou que os pacientes, uma vez registrados na unidade, passam a aguardar atendimento no HU logo que é feita a solicitação de vaga junto à central de regulação de leitos, coordenada pelo Consamu.
No HU a comissão foi recebida por Rodrigo Suzuki, que assumiu a direção recentemente no lugar de Edison Leismann, que deixou o cargo para concorrer à reitoria da Unioeste com o apoio de Wolff. E lá afirmaram que, para surpresa geral, encontraram 20 vagas disponíveis. "Segundo nos disseram, os leitos estariam livres porque não teria demanda de pacientes", contou Josué.
O diretor do hospital explicou que a existência de leitos vagos decorria de altas de pacientes ocorridas desde a tarde de ontem, versão que provocou indignação ainda maior nos vereadores. "Isso é um absurdo. Leitos livres e lá na UPA pessoas em macas improvisadas no corredor", protestou Parra.
Ao retornarem para a Câmara, os vereadores logo receberam a informação da UPA Tancredo de que cinco pacientes haviam sido transferidos às pressas dessa unidade para o HU. "Essa remoção de pacientes após a visita mostra que, de fato, o sistema funciona só sob pressão. Por isso, acreditamos, o Estado precisa intervir imediatamente no HU", ressaltou Josué, lembrando que pedido nesse sentido já tinha sido encaminhado na semana passada pela Câmara ao Estado. (Foto: Flávio Ulsenheimer)