PR reforça movimento por transporte coletivo gratuito
A CNM (Confederação Nacional dos Municípios) e a Uvepar (União dos Vereadores do Paraná) vão trabalhar na coleta de assinaturas ao projeto de lei de iniciativa popular pela isenção da tarifa aos usuários do transporte coletivo em todo o País. "A CNM está à disposição naquilo que faz bem feito que é trabalhar na tramitação dos projetos de lei no Congresso Nacional. Somos favoráveis à tarifa zero no transporte porque vemos a importância de garantir e trazer mais a qualidade de vida às pessoas", disse o paranaense Joarez Henrichs, diretor da Confederação.
Para ser protocolado no Congresso Nacional, o projeto precisa de 1,5 milhão de assinaturas. "Nós temos hoje 5.197 municípios filiados dos 5.570 municípios brasileiros. Do Paraná, dos 399 municípios, somente 11 não estão filiados. Isso mostra a nossa capacidade de articulação muito grande para viabilizar as assinaturas ao projeto. Contem conosco", completou Henrichs.
O presidente da Uvepar, Júlio César Makuch, disse que o Tarifa Zero é um marco para o Paraná e que serve de exemplo ao Brasil. "A Uvepar vai buscar a divulgação e as assinaturas necessárias. A sociedade espera e almeja isso porque já acontece em outros países e em algumas cidades brasileiras".
"Os recursos existem e temos que mobilizar agora a sociedade para que esse projeto chegue aos outros estados e a Brasília para que possamos tornar o projeto Tarifa Zero uma realidade", completou Makuch.
O deputado Luiz Cláudio Romanelli, proponente de audiência pública realizada nesta semana na Assembleia Legislativa para debater o tema, disse que a sociedade precisa encontrar soluções aos problemas enfrentados nas cidades e que o projeto articulado pelo IBT (Instituto Brasil Transporte) merece ter o debate aprofundado.
"O transporte público no Brasil custa caro e é precário. São 37 milhões de pessoas deixam de usar esse sistema por conta do preço alto da tarifa. Temos que reelaborar esse sistema, em muitos países a tarifa zero já é uma realidade ou está em estudo. Há fontes de financiamento que podem e devem ser debatidas e é necessário repensar o transporte urbano nas grandes e médias cidades do País", disse Romanelli.
"O projeto cria um reordenamento de tributos para viabilizar o zeramento da tarifa. O sistema está perdendo passageiros, o preço está cada vez mais caro e a qualidade de serviços diminuindo. Nós temos que subverter essa lógica perversa, por isso da necessidade desse debate da tarifa zero", completou o deputado.
O IBT está distribuindo uma cartilha com detalhes do projeto que assegura o acesso gratuito do transporte coletivo urbano e metropolitano em todo País. "As frotas de ônibus continuam na mão dos empresários. Os recursos previstos no projeto são de contribuições já existentes, não haverá novo imposto e muito menos aumento de imposto", detalhou o presidente Acir Mezzadri.
APLICATIVO
O IBT pretende coletar 1,5 milhão de assinaturas pelo aplicativo mudamos.org em pelo menos cinco estados brasileiros, para que o Congresso Nacional analise e vote o projeto de iniciativa popular. (Foto: Divulgação Alep)