Um motorista resumiu muito bem, segundo o deputado Luiz Cláudio Romanelli, o que significa os acordos de leniência feitos pelo Ministério Público Federal com as empresas  do pedágio no Paraná. "Isso é troco da propina", disse o profissional do volante ao ser entrevistado por uma emissora de TV sobre a redução em média de 30% na tarifa cobrada em seis praças de pedágio na BR-277. 

"Ele está absolutamente certo. Digo e repito, os acordos são lesivos. São apenas uma salvaguarda, uma espécie de salvo conduto, que libera as empresas a participar da próxima licitação das concessões das rodovias do Paraná", reiterou Romanelli.

A redução começou a valer nesta terça-feira (1º), nas praças exploradas pela Ecocataratas no trecho entre Foz do Iguaçu e Guarapuava e pela Ecovias no trecho entre Curitiba e o Litoral. No caso da Ecovias, na ligação capital-Litoral, o valor caiu de R$ 20,90 para R$ 14,60. Nas cinco praças da Ecocataratas, os preços para automóveis que, variavam entre R$ 12,50 e R$ 16,40, agora variam entre R$ 8,80 e R$ 11,50.

"Todos são a favor da redução das tarifas do pedágio. Ninguém é contra, mas da forma que foram feitos e homologados os acordos de leniência, eles atendem mais aos interesses das pedageiras do que os usuários das rodovias. Em 21 anos de contratos, as seis concessionárias vão faturar R$ 21 bilhões. É um dinheiro que fez muita falta aos usuários, ao setor produtivo, que encareceu os fretes e as mercadorias que ainda circulam pelas rodovias no Estado", acrescentou Romanelli.

MPF CONFIRMA

Integrante da força-tarefa da Operação, o próprio procurador Alexandre Jabur admitiu em declaração à imprensa que a concessionária"indeniza minimamente o dano causado". "O MPF, para dizer o mínimo, foi generoso com as concessionárias. O dinheiro dos contratos superfaturados fez muita falta aos paranaenses. Quantas estradas, ruas e avenidas poderiam ser pavimentadas? Quantas escolas, postos de saúde, creches e hospitais poderiam ser construídos?", questionou Romanelli. (Foto: Divulgação Alep)