Deputados polemizam ao lutar contra novos presídios
Dois representantes do Oeste na Assembleia Legislativa do Paraná estão no centro de uma polêmica com o Poder Judiciário que mal começou e tende a se intensificar ainda mais. Eleitos por Cascavel e Foz do Iguaçu, Coronel Lee e Soldado Fruet (foto) decidiram se posicionar radicalmente contra a instalação de duas novas unidades prisionais na região usando, para tanto, de argumentos fundamentados na experiência adquirida em suas carreiras de policiais militares.
A posição do Coronel Lee é conhecida desde o mês passado, quando ele se posicionou contra a proposta de instalação, em Cascavel, de uma unidade prisional no modelo Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados), que dispensa até mesmo o uso de policiais e possibilita que os presos nela recolhidos trabalhem o dia todo. Lee reconheceu a necessidade de novos presídios no Estado, mas advogou que eles sejam construídos bem longe do Oeste, sua região de atuação.
Já Soldado Fruet entrou na polêmica no fim de semana, ao postar vídeo nas redes sociais convocando a população a lotar o Fórum de São Miguel do Iguaçu na audiência pública convocada para esta terça-feira (1º) pelo juiz de Direito Ferdinando Scremin Neto e se posicionar contra o projeto de construção de uma Casa de Custódia nesta cidade. "Querem resolver um problema que não é da cidade nem da região, pois 90% dos presos nas operações policiais por tráfico de drogas e outros crimes na fronteira moram em outros estados e estão apenas de passagem pelo Paraná", argumentou ele.
Para cooptar apoiadores às suas teses, Lee e Fruet citam estudos indicando que a instalação de um estabelecimento prisional aumentam os índices de criminalidade em seu entorno em até 30%, fato que foi comprovado em recente pesquisa relacionada às cidades de Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO), onde estão instalados os únicos quatro presídios de segurança máxima do País.