Cascavel se mobiliza para não perder o Porto Seco
A Câmara Municipal de Cascavel liderou uma ampla mobilização nesta terça-feira (24) em favor da manutenção da Eadi (Estação Aduaneira do Interior), mais conhecida como Porto Seco. O contrato de concessão e funcionamento vai só até 3 de novembro próximo e, caso não seja renovado ou estendido, a unidade deixará de existir e isso representará grandes prejuízos para toda a região Oeste do Paraná.
O presidente Alécio Espínola reuniu uma dezena de entidades em torno dessa causa e lembrou que o porto movimenta mais de R$ 120 milhões por ano com operações de desembaraço de mercadorias, além de gerar números expressivos também em postos de trabalho e impostos.
O encontro, realizado na própria Câmara, resultou na elaboração de um ofício em que as forças produtivas locais e regionais manifestam preocupação com o tema e pedem que o atual contrato seja renovado ou, em última análise, aditivado para que as operações continuem a ser feitas normalmente.
O ofício será encaminhado ao governador Ratinho Júnior; ao secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara; à presidente e diretora técnica operacional da Codapar, Débora Grimm, e ao delegado chefe da Receita Federal, Felisberto Luiz Mioto.
O gerente da Codapar em Cascavel, Alceu da Silva Moura Filho, participou reunião e alertou que se nada for feito, Cascavel amanhecerá dia 4 de novembro sem o Porto Seco. "O sistema ficará fora do ar e todas as atividades da unidade serão paralisadas automaticamente", explicou ele.
O contrato com a Codapar é de 1999 e prevê uma concessão de 10 anos com a possibilidade de renovação por igual período, o que ocorreu em 2009. Assim, o contrato não pode ser prorrogado novamente, havendo a necessidade de um novo processo licitatório ou elaboração de um aditivo. Segundo Moura, a Codapar chegou a pleitear uma nova prorrogação, mas isso foi negado.
O presidente da Caciopar, Alci Rota Junior, revelou estar recebendo demandas diárias de empresários de toda a região preocupados com a situação. "O porto não é mais apenas de Cascavel, ele pertence e representa toda a região Oeste, mobilizando interesses de todo o setor produtivo, fundamental para o desenvolvimento regional", destacou.
Por sua vez, o presidente da Acic, Michel Lopes, revelou que a entidade já havia elaborado uma carta em conjunto com a Caciopar advertindo para o problema e manifestando preocupação quanto ao eventual encerramento das atividades do Porto Seco. "Hoje é um momento histórico, em que a Câmara reúne representantes dos setores produtivos da sociedade civil para fortalecermos essa luta, de forma que possamos manter os esforços de desenvolvimento socioeconômico sustentável de nossa cidade", disse.
O empresário Plínio Destro, que é suplente de senador, aplaudiu a iniciativa. "As forças políticas e econômicas locais precisam de fato assumir a liderança desse processo", disse ele, ressaltando que Cascavel e região podem contar com o apoio dos senadores Alvaro Dias e Oriovisto Guimarães nessa luta. (Foto: Marcelino Duarte/CMC)