A Amazônia Legal e a soberania brasileira
J. J. Duran
Poucos países podem mostrar ao mundo projeção tão límpida e ética junto aos organismos mais importantes da ONU (Organização das Nações Unidas) quanto o Brasil. E essa projeção internacional é fruto da sabedoria dos nossos diplomatas, que voltaram a dar mostras de sua correta visão sobre a situação criada em torno dos incêndios registrados da nossa Amazônia.
Vozes defensoras tradicionais do sistema colonialista ainda presente na velha Europa voltaram a tentar, via oferta de ajuda financeira, transformar essa parte sagrada do território brasileiro em uma região internacionalizada, e uma vez mais com o pretexto de defender o que apresentam equivocadamente como"pulmão do mundo".
A propósito da falácia pueril que acoberta essa intenção, há que se registrar que as mais conceituadas cabeças pensantes do sistema climático mundial atribuem aos oceanos a condição primacial de provedor do oxigênio necessário para a vida dos terráqueos.
Além da ação diplomática, não basta a defesa apaixonada e desprovida de liturgia usada pelo presidente da República para defender a nossa soberania. O Brasil precisa contar com o apoio irrestrito de todas as correntes realmente imbuídas do propósito de construir o País sonhado pelos nossos antepassados.
No ápice da crise venezuelana, até o agressivo ex-capitão Jair Bolsonaro deu mostras de prudente reflexão ao manifestar sua desconformidade com um projeto intervencionista. Pois esse deve ser o discurso de todos para assegurar a soberania brasileira sobre seu território amazônico.
Com o pretexto de defender o meio ambiente, ultimamente ouviu-se até respeitáveis vozes indo-americanas, como a da ex-presidente Michelle Bachellet, aprimorando liturgicamente a internacionalização da região amazônica. Durante meu exílio vivi um período no Chile e não ouvi uma só vez a palavra condenatória das autoridades locais aos colossais incêndios das callampas, que deixaram mortos e condenaram muitos à pobreza absoluta.
Certo está Bolsonaro ao apontar a exploração econômica como real interesse desses supostos defensores da Amazônia. Precisamos nos espelhar mais em Santiago Dantas, uma das mais notáveis e construtivas expressões diplomáticas que o Brasil já teve.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras