Novo protesta e votação do Fundo Eleitoral é adiada
O clima ficou tenso em Brasília por conta o fato de a hashtag #MaisFundaoNao assumir o topo dos assuntos mais comentados do Twitter no início da tarde, depois que o partido Novo e seus seguidores inundaram essa rede social com um protesto contra a elevação dos recursos públicos para o Fundo Eleitoral de 2020.
A repercussão foi tamanha que o Congresso Nacional decidiu adiar para amanhã a sessão que estava prevista para logo mais à noite e colocaria em votação uma emenda ao projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), já aprovada pelo relator Cacá Leão (PP-BA), quase dobrando o valor do Fundo.
"Os partidos receberam R$ 800 milhões dos nossos impostos em 2016. Ano passado receberam R$ 2,7 bilhões, somando os fundos Partidário e Eleitoral. Ano que vem, caso o aumento do Fundão seja aprovado serão R$ 4,7 bilhões, somando os dois fundos. Imagina quanto eles receberão em 2030", justificou o presidente do Novo, João Amoêdo.
O partido defende que "dinheiro público deve ir para educação, saúde e segurança. Não para financiar campanhas". No Twitter "NOVO na Câmara", a legenda propõe ainda que esse recurso seja usado para combater os desmatamentos na Amazônia, que ao longo de toda a última década recebeu R$ 3,4 bilhões em doações - ou seja, menos do que se está prevendo apenas para as eleições de 2020.
O Novo também criou um abaixo-assinado para contestar a proposta, que já conta com 500 mil adesões. "Não faz sentido que ainda mais dinheiro dos impostos seja dado para campanhas políticas e partidos. Enquanto isso, o Brasil enfrenta quase uma década de crise econômica, com o Estado gastando mais do que arrecada, 13 milhões de desempregados, e uma carga tributária de país desenvolvido, com serviços públicos precários! Precisamos de VOCÊ para barrar este aumento! ASSINE o abaixo-assinado e COMPARTILHE com #MaisFundãoNão", pede o documento.
O abaixo-assinado também pontua quanto alguns partidos receberão do fundo público para as eleições municipais do próximo ano caso seja aprovado o valor de R$ 3,7 bilhões. Pelos cálculos apresentados, o PSL receberia R$ 479 milhões, o PT R$ 463 milhões, o MDB R$ 329 milhões e o PSDB R$ 297 milhões. Já o novo ficará com R$ 94 milhões. (Foto: Valter Campanato/AGBR)