Guerra ao borrachudo começa por Sede Alvorada
Moradores do Distrito de Sede Alvorada iniciaram ontem (23), na prática, as ações do projeto experimental lançado durante o Show Pecuário 2019, mês passado, para o controle do borrachudo, uma problemática que afeta a qualidade de vida no campo. Trata-se de um trabalho conjunto, que envolve as famílias de pelo menos sete comunidades e um Comitê Gestor com várias entidades parceiras.
"Temos que escolher a hora de ir para a lida e fazer os afazeres, usar manga comprida até no verão e viver com as janelas fechadas", disse o coordenador do projeto comunitário no distrito, Márcio Bisinoti, para dimensionar um pouco do que é conviver com a presença do mosquito diariamente, o ano todo, faça frio ou calor.
O prefeito Leonaldo Paranhos acompanhou as atividades e disse que esta parceria demonstra o compromisso do Município de realmente abraçar a causa junto com a comunidade, uma vez que o poder público não está no dever apenas de fazer investimentos estruturantes, mas também de ações que garantam qualidade de vida.
"Quando o Paulo Orso [presidente do Sindicato Rural de Cascavel] me procurou, achei que era algo simples de se resolver, mas só depois entendi que é um pleito um pouco mais complexo, uma demanda de mais de 20 anos, e que iria exigir um pouco mais de trabalho. Contudo, vamos criar uma política permanente de atuação que garanta trabalho, orientação e manejo, de forma que possamos melhorar a qualidade de vida das pessoas", afirmou o prefeito.
Já Paulo Orso contou que o projeto atende a um pleito levado ao prefeito ainda no início da gestão, "então hoje é uma oportunidade de agradecer, pois é difícil alguém da esfera política entender porque alguém vai até um gestor pedir socorro com uma demanda aparentemente pequena, que é um mosquito; mas este é um dilema que aflige demais os moradores".
Para esta luta, os moradores e os demais membros do Comitê receberam orientação de dois professores da UEL (Universidade Estadual de Londrina), que são especialistas neste ramo e apresentaram soluções de baixo custo e de fácil manejo. Casos sejam bem-sucedidas, as experiências em Sede Alvorada serão estendidas às demais comunidades. A ideia é reduzir custos para minimizar o problema, com base em experiências utilizadas em regiões do Rio Grande do Sul ao longo de 30 anos. Os professores explicaram a metodologia, participaram da parte prática, com medições de vazão do rio, identificação e coleta de larvas, limpeza mecânica do manancial e aplicação do bioinseticida Bti.
O Comitê conta com representantes das secretarias de Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Unioeste, Emater, Comder (Conselho de Desenvolvimento Rural de Cascavel) e Sindicato Rural de Cascavel. (Foto: Secom)