O valor de referência do leite fechou julho em queda pelo segundo mês consecutivo. A cotação do mês passado ficou em R$ 1,0635, queda de R$ 0,0411 (-3,72%) em relação ao que foi praticado em junho (R$ 1,1046), o que motivou protestos de produtores em várias regiões do Paraná.

 A boa notícia é que o primeiro decêndio de agosto (de 1^o a 14 de agosto) mostrou sinais de recuperação na cadeia e a previsão do Conseleite-PR é de que o oitavo mês do ano feche com o preço de referência em R$ 1,1019, com um aumento de R$ 0,384 (3,61%) em relação ao praticado em julho.

Segundo o professor José Roberto Canziani, da UFPR (Universidade Federal do Paraná), a tendência de baixa constatada desde junho começou a dar sinais de reversão ainda em julho, quando o produto apresentou uma queda menor do que a prevista nas projeções iniciais."Na minha leitura isso ocorre porque atingimos valor muito baixo em julho em relação à série histórica [overshooting]. E aí quando se bate no fundo do poço, por assim dizer, ocorre uma recuperação, um ajuste técnico. Mas ainda é preciso esperar para avaliar se essa hipótese se concretiza?, afirmou.

Vânia Guimarães, também da UFPR, completou que em julho as empresas participantes do Conseleite-PR venderam 27% a mais do que no mesmo mês de 2017 (que até então vinha tendo no gráfico uma curva parecida com a percorrida 2019 pelos lácteos)."Isso ajuda a explicar o que aconteceu nesse último mês, aliado às condições conhecidas da nossa economia, que segue com um grande número de desempregados e cujo crescimento não deslanchou. Para agosto, devemos ter um volume menor de leite vendido pelas empresas e isso deve interferir na recuperação?, disse. (Foto: Divulgação Faep)