As duas sociedades
J. J. Duran
O lado positivo deste novo Brasil reformista é que seu Parlamento é compartilhado democraticamente por duas sociedades cujos modelos políticos parecem ser totalmente opostos, porém não irresponsáveis na hora de decidir pelo voto questões primordiais para o futuro do País.
A reforma das reformas, como se referiu o ministro Paulo Guedes sobre a questão da Previdência Social, mostrou nos debates travados entre oficialistas e opositores que a sociedade política alcançou uma civilizada convivência, sem que as duas correntes tivessem que abrir mão de princípios e objetivos partidários.
Ao deixar de lado a estúpida visualização dos fantasmas que atormentaram a sociedade política nos últimos anos, o Parlamento permitiu a compreensão de que nem todos foram culpados pelo trágico passado recente. Também permitiu, ao não fincar suas raízes no passado, compreender que é chegado o momento de uma refundação da República.
O Poder Legislativo é o dínamo de todas as reformas. Por isso, fortalecê-lo e torná-lo autêntico e livre expressão da sociedade é essencial para permitir a realização das mudanças políticias, econômidas e sociais que o País está a exigir há longo tempo.
A população, ventre da classe política, reivindica nesse sodalício o atendimento de suas necessidades, há muito relegadas a segundo plano pela ação de salteadores do erário. Jamais o povo foi levado em consideração nos desmandos cometidos pelos governantes, apenas sofreu os nefastos efeitos disso.
Com a ajuda do Parlamento, já não mais inoperante, claudicante e silencioso quanto outrora, o Governo Jair Bolsonaro tem conseguido recuperar a confiança perdida pelo Poder Executivo e fazer o Brasil avançar preciosos anos em poucos meses.
?É função específica do Parlamento ser expressão política de toda a sociedade e não de apenas uma parte dela?, escreveu o ilustre Daniel Faraco. De fato, a sociedade política é fruto da liberdade outorgada pelo sistema democrático e essa somatória de esforços é imprescindível para a reconstrução da República.
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras