Se alguém já se atreveu a aconselhar Jair Bolsonaro para o fato de a língua ser o chicote do coração, perdeu seu tempo. Com um autenticidade irritante, o presidente vai colecionando novos inimigos a cada dia. "Sou assim mesmo", disse ele em entrevista exclusiva à repórter Jussara Soares, publicada hoje pelo jornal O Globo. "O dia que não apanho da imprensa eu até estranho", acrescentou. Problema dele, diriam os bolsonaristas de carteirinha. Mas alguém investido de um cargo de tamanha envergadura não deveria se comportar assim, pois o preço disso é pago pela população como um todo. E isso poderá ficar claro já nestes próximos meses, quando o Congresso dará continuidade à reforma da Previdência. Os governadores do Nordeste, por exemplo, já se mobilizam nos bastidores para tentar fazer com que muitos deputados da região que aprovaram o texto em primeiro turno mudem seu voto no segundo. Tomara não logrem êxito com isso, pois remodelar o atual sistema previdenciário é imprescindível para que o País comece a sair do buraco em que está mergulhado até o pescoço.

Emergência

As insistentes declarações polêmicas de Bolsonaro levaram a elite do Palácio do Planalto a realizar uma reunião de emergência ontem. O encontro teve a participação de vários militares que ocupam funções estratégicas e concluiu que determinadas falas do presidente estão prejudicando a ele próprio, ao Governo e ao País.

Fidelidade...

Como alguns partidos estão promovendo uma verdadeira caça às bruxas em seus quadros por conta da votação da Previdência em primeiro turno, vale registrar que Novo, PCdoB e PSOL são os que tiveram as maiores taxas de fidelidade ao longo do primeiro semestre na Câmara dos Deputados. A obediência à orientação partidária foi de 99,9% (Novo), 97,7% (PCdoB) e 95,9% (PSOL) das votações.

...e infidelidade

Já os deputados do PROS, PODE e PSB foram os mais infiéis às orientações das lideranças ou dos blocos partidários nas votações nominais desse período. Conforme balanço do portal G1, os índices de infidelidade atingiram 23,3% (PROS), 19,6% (PODE) e 19,1% (PSB).

Crime de toga?

O pedido de impeachment que a deputada Janaina Paschoal protocolou no Congresso contra Dias Toffoli juntamente com três representantes do grupo Ministério Público Pró-Sociedade classifica como"decisão criminosa"a atitude do presidente do STF de suspender todos os processos judiciais instaurados com base em dados compartilhados pelo Coaf e pela Receita Federal sem autorização prévia da Justiça."Desde quando é possível paralisar todas as forças de repressão de um país, em uma decisão monocrática exarada em um pedido avulso??, questionam os autores.

Anice reassume

A vereadora Anice Gazzaoui foi reempossada hoje na Câmara de Foz do Iguaçu por determinação da Justiça, que tornou nula a cassação de seu mandato, feita em 2017, depois que ela e outros quatro vereadores foram presos pela Operação Pecúlio acusados de receber um"mensalinho"para votar de acordo com os interesses do ex-prefeito Reni Pereira, que também foi parar no xilindró.

Parece piada...

...mas não é: Anice Gazzaoui recuperou seu mandato não por ter sido inocentada da acusação que a levou à prisão, mas por que a assessoria jurídica da Câmara de Foz cometeu vício formal e permitiu que o processo de cassação fosse concluído em 90 dias corridos e não em 90 dias úteis, conforme reza o Regimento Interno.

* Pílulas

* O Rotary Club Paz realiza amanhã a entrega de um ventilador pulmonar mecânico e uma moderna incubadora para a UTI Neonatal do Hospital Universitário. * Os dois equipamentos custaram R$ 130 mil e representam mais um dos muitos atos solidários da família rotariana de Cascavel. * Foi sepultado hoje, em São Pedro do Iguaçu, o corpo de Walter Vicente Calixto, 64 anos, que faleceu ontem à noite ao entrar com seu Corolla embaixo de um caminhão na PR-585. * Walter foi vereador entre 1997 e 2000 e funcionário da Secretaria de Saúde daquele município e atualmente estava aposentado. * Também hoje, só que em Curitiba, foi sepultado o corpo de Adolpho de Oliveira Franco Junior, que foi deputado federal de 1979 a 1983 e diretor da TV Paranaense e do jornal Correio de Notícias. * Ele estava com 78 anos e era filho de Adolpho de Oliveira Franco, que foi governador do Paraná de maio de 1955 a janeiro de 1956 e senador de 1962 e 1971.