A miséria não usa toga
Quando as pessoas comuns falam sobre a atual crise brasileira, costumam atribuir a culpa exclusivamente à classe política, como se Legislativo e Executivo fossem os únicos responsáveis pela gastança generalizada da máquina pública que levou o País a essa situação. Por puro desconhecimento, dificilmente alguém cita o Judiciário, único dos três poderes não passível de fiscalização popular e igualmente responsável pela situação de miséria em que vivem 13 milhões de irmãos desempregados. Pois saiba que dos R$ 927,8 bilhões a serem gastos neste ano com os servidores públicos em geral, R$ 110 bilhões vão para a turma do Judiciário. Uma das explicações para tanto é o fato de os pouco mais de 16 mil juízes em atividade ganharem, em média, R$ 46 mil mensais porque três em cada quatro deles têm seus holerites engordados por "indenizações"e "gratificações"pouco comuns nos demais poderes. Só o STF (Supremo Tribunal Federal), com apenas 11 ministros, vai consumir R$ 29,5 milhões
Mais gastança
Menos de três anos depois de uma reforma na sua atual sede em que investiu R$ 7 milhões, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão encarregado de fiscalizar o Judiciário, vai se transferir em breve para um novo prédio de 30,9 mil metros quadrados pelo qual irá pagar, a título de aluguel, R$ 23,3 milhões por ano. E olha que o órgão é composto por 15 membros, entre juízes, advogados e desembargadores, que se reúnem a cada 15 dias.
Vices desnecessários
Uma das muitas soluções aventadas para minimizar a forma perdulária como se gasta o dinheiro público no Brasil é a eliminação dos cargos de vice-presidente da República, vice-governador e vice-prefeito, ideia que tem o apoio de 53,4% dos brasileiros conforme levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Paraná Pesquisas. A ideia é que eles sejam substituídos pelos presidentes do Congresso, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais, o que é totalmente plausível.
Quem pagou?
Os quatro presos acusados de hackear os telefones de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e incontáveis outras autoridades brasileiras serão ouvidos novamente nesta terça-feira (30), na Justiça Federal de Brasília. Os novos depoimentos foram convocados com o intuito de identificar quem pagou a eles por esse serviço sujo - que não foi pouco, diga-se de passagem, conforme saldo financeiro encontrado com eles pela Polícia Federal.
Bola e Bíblia
Apesar de ter sido criada para espetáculos esportivos, não foi por causa do futebol ou outra modalidade que a Arena da Baixada, estádio do Athlético Paranaense, reuniu o maior público de sua história. O recorde, de 45.925 pessoas, foi do megaculto realizado no último sábado, no encerramento do evento evangélico Semana do Avivamento, e que trouxe caravanas inclusive de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
* Pílulas
* A tragédia de ontem, que culminou com três mortos no perímetro urbano da BR-277 em Cascavel, é digna de uma investigação aprofundada. * Será que a concessionária da rodovia cumpriu todas as regras de sinalização do trecho para executar a pintura da pista? * A Câmara Federal está em recesso até a próxima terça-feira, mas o deputado Evandro Roman não tirou folga. * Desde que retornou de Brasília, ele tem cumprido agenda política de domingo a domingo. * A polícia de Foz do Iguaçu está à caça dos criminosos que invadiram a Prefeitura da cidade no fim de semana. * Eles levaram dois computadores que ficavam na sala de apoio aos gabinetes do prefeito Chico Brasileiro e do vice-prefeito Nilton Bobato. * A família do senador Roberto Requião está rachada, o que pode prenunciar um enfraquecimento ainda maior do MDB paranaense. * É que a convenção na qual Requião Filho ganhou a presidência do partido em Curitiba não foi reconhecida pelo diretório estadual, que tem como presidente João Arruda, sobrinho do ex-senador. * Os guerrilheiros paraguaios Marti Méndez, Juan Suhurt e Victor Ortega já fugiram do Brasil rumo ao Paraguai. * Apesar disso, um grupo de deputados se mobiliza para anular o decreto de Sergio Moro que fez com que o Brasil deixasse de se manter como esconderijo para bandidos estrangeiros. * O PSL, que era um partido sem expressão até conquistar a Presidência da República com Jair Bolsonaro, está decidido a mudar de nome. * A ideia é fazer um concurso pela internet e escolher um nome alinhado às ideias de conservadorismo de costumes e liberalismo da economia.