Sebrae ajuda produtores a conquistarem mercado
Erva-mate, mel, porco moura, cachaça, queijo, uva, ginseng, goiaba, bala de banana e barreado. Representantes de diferentes produtos típicos de territórios do Paraná estiveram presentes no Sebrae/PR, em Curitiba, para a reunião técnica do Fórum Origens do Paraná, que busca articular, planejar e coordenar junto com parceiros o desenvolvimento de IGs (Indicações Geográficas) e de Marcas Coletivas.
Durante o encontro foi elaborado um plano de ações que fortalecerá os empreendedores do setor de agronegócios em relação a questões técnicas e estruturais na busca pelos registros com foco na ampliação de espaço no mercado nacional e internacional.
O diretor de operações do Sebrae/PR, Julio Agostini, explicou que o trabalho do Paraná em relação às IGs é reconhecido e será fortalecido com a atuação conjunta, no Fórum.
?Estamos planejando uma agenda de ações de acordo com os estágios em que os produtores se encontram, oferecendo as orientações e capacitações necessárias para evidenciar a qualidade de seus produtos. O Paraná se destaca no cenário de Indicações Geográficas que colaboram para a prosperidade dos nossos produtores e para o desenvolvimento econômico. Vamos continuar trabalhando forte para termos o reconhecimento nacional e internacional nesse processo?, ressaltou.
O trabalho foi dividido entre três níveis, de acordo com o estágio em que cada produtor se encontra. O primeiro é o momento do diagnóstico, entendimento do potencial do produto e identificação de oportunidades. O segundo trata da estruturação de uma associação de produtores e dos requisitos necessários para a formalização dos registros. O terceiro trata de um produto já reconhecido, com processos estruturados, que estrategicamente busca canais de comercialização diferenciados.
Durante o Fórum foi lançada a comunidade Origens do Paraná, destinada à troca de informações e conhecimentos entre produtores e os diferentes atores desse mercado. Além disso, em breve o Portal Origens Paraná estará disponível ao público, que deve incluir metodologias, atas dos encontros, conceitos, além de materiais especiais, matérias jornalísticas, conteúdos, fotos e vídeos sobre o tema.
Os presentes também pensaram em soluções e ferramentas que visam trazer resultados práticos para os produtores. Entre elas estavam sugestões que incluíam a elaboração de materiais, rodadas de mentorias e a capacitação de lideranças sobre as diferentes etapas do processo. Já para os produtos que estão em via ou já obtiveram o registro foram debatidas ideias como a criação de pontos de venda estratégicos, vendas conjuntas, presença em feiras e eventos e a criação de um e-commerce.
O Sebrae/PR e as demais entidades envolvidas trabalharão em conjunto com os produtores para a elaboração das soluções que serão colocadas em prática. A próxima edição do Fórum deve acontecer em 15 de agosto. E no dia 16 será realizada a reunião de planejamento estratégico de mercado para produtos diferenciados e com IGs ou Marcas Coletivas.
ACORDOS COLETIVOS
A discussão das Indicações Geográficas e Marcas Coletivas deve ganhar força com a realização de acordos recentes assinados pelo País, como a parceria entre o Mercosul e a União Europeia, que deverá reduzir as tarifas de exportações para vários produtos do agronegócio e com a entrada do Brasil no protocolo de Madri, que simplifica e desburocratiza o registro internacional de marcas.
Hulda Giesbrecht, analista de inovação do Sebrae Nacional, participou do Fórum em Curitiba e ressaltou aspectos dos acordos."Os benefícios do acordo não acontecem em curto prazo, mas são diretos, porque vai existir reconhecimento formal da União Europeia em relação a cada produto que for exportado. As discussões sobre as IGs ficarão ainda mais fortalecidas?, explica Hulda Giesbrecht, analisa de inovação do Sebrae Nacional.
Ela defende ainda que o Brasil tenha um selo único de Indicação Geográfica para que a comunicação fique facilitada e o país se torne uma referência em produtos com esses registros. (Foto: Adriano Oltramari/Sebrae/PR)