Moro reitera: diálogo entre juízes e promotores é trivial
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, reafirmou nesta terça-feira (2), que"são coisas absolutamente triviais no cenário jurídico"brasileiro conversas entre juízes, membros do Ministério Público e advogados. Ele foi ouvido na Câmara por membros da Comissão de Constituição e Justiça, Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e Comissão de Direitos Humanos e Minorias.
"Vamos esclarecer que, na tradição jurídica brasileira, é comum que juízes falem com procuradores, é comum que juízes falem com advogados", afirmou."Isso são coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico", acrescentou ao reiterar o que já havia falado no Senado, no mês passado.
O ministro disse que consultou alguns colegas estrangeiros, que também não vislumbraram qualquer maior ilicitude no conteúdo divulgado pelo site de notícias The Intercept Brasil. Ele reiterou que não reconhece o conteúdo das mensagens veiculadas e que elas podem ter sido adulteradas. Para ele, até o momento, as conversas atribuídas a ele "são um balão vazio cheio de nada".
Moro foi convidado pelas comissões para apresentar sua versão sobre as supostas conversas que teria mantido com integrantes da força-tarefa quando ainda era juiz da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, onde são julgados os processos da Lava Jato que tramitam no Paraná, e foi bastante pressionado pelos deputados da oposição..
Ele argumentou ainda que a invasão de celulares de autoridades para obter mensagens faz parte de uma "tentativa criminosa de invalidar condenações"da Operação Lava Jato. "A meu ver, o que existe é uma tentativa criminosa de invalidar condenações, e o que é pior: a minha principal suspeita é de que [o objetivo] seja evitar o prosseguimento das investigações. Criminosos que receiam que as investigações possam chegar até eles e estão querendo se servir desses expedientes [as invasões e as mensagens] para impedir que as investigações prossigam", afirmou.
Moro também saiu em defesa da Lava Jato diante dos deputados. Para ele, "é inegável que a operação mudou a impunidade no Brasil". (Imagem: TV Câmara)