MDB, PT e PSDB terão R$ 850 mi de dinheiro público para campanha
Há décadas acostumados a arrecadar dinheiro com empresas em campanhas eleitorais, os partidos e os políticos terão de se adaptar, neste ano, a um caixa limitado, porém público, para atrair votos. Levantamento d?O Globo com base na legislação eleitoral detalha como serão divididos os R$ 2,3 bilhões que sustentarão pré-candidatos a deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente da República.
A divisão do bolo mantém as legendas dominantes no topo. Juntos, MDB, PT e PSDB terão acesso à maior parte do dinheiro: R$ 850 milhões, mais de um terço do total, o que deve ajudá-los a eleger as maiores bancadas do Congresso. Como agora há limites, as siglas tendem a destinar mais dinheiro para a reeleição dos parlamentares, outro fator que dificulta um arejamento político. Partidos nanicos ficam com fatias minúsculas. É o caso do PSL, do pré-candidato à Presidência Jair Bolsonaro, que terá cerca de R$ 10 milhões à disposição.
O novo formato de financiamento também amplia o poder dos presidentes das legendas, que passam a ser os donos da chave do cofre. Antes, cada candidato poderia pedir doações às empresas, e o caixa 2 era disseminado, como mostrou a Lava Jato, mas agora dependem das cúpulas nacionais e regionais para manter suas campanhas. Cada partido vai adotar uma fórmula de divisão dos recursos, que deve ser aprovada por suas comissões executivas, mas siglas que lançarem candidaturas à Presidência terão menos dinheiro para financiar postulantes ao Legislativo.
A maior parte do dinheiro disponível para as campanhas deste ano vem do Fundo Eleitoral, criado no ano passado, com o valor de R$ 1,7 bilhão. O restante vem do Fundo Partidário, dinheiro repassado mensalmente para custear o funcionamento das legendas, que, até outubro, deve render pouco mais de R$ 600 milhões para os 35 partidos registrados no país. Nos próximos dias o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai definir a divisão exata dos recursos do Fundo Eleitoral.