Unioeste faz parceria com empresa norte-americana
Há cerca de 20 anos o grupo de pesquisa"Artrópodes, vetores e inimigos naturais"do campus de Cascavel da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste) desenvolve projetos de pesquisa visando alternativas não químicas para o controle de pragas, vinculadas ao PPRN (Programa de Pós-graduação em Conservação e Manejo de Recursos Naturais), sob a coordenação do professor Dr. Luis Francisco Alves e com apoio financeiro do CNPq, Fundação Araucária e Capes. Atualmente, parte do projeto é desenvolvida em conjunto com pesquisadores do INTA/Argentina e apoio do Instituto Nacional da Erva-Mate do país vizinho.
Segundo o professor, a cultura da erva-mate tem grande relevância para o Paraná, que é hoje o principal Estado produtor do Brasil em área cultivada e o segundo em produção de folha verde, pelos dados de 2017 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por ser atualmente produzida em monocultivos, algumas espécies de insetos e ácaros alcançaram o status de praga, com destaque para a ampola-da-erva-mate (Gyropsylla spegazziniana) e o complexo de ácaros, dentre eles o ácaro-vermelho (Oligonychus yothersi).
De acordo com ele, os resultados recentes obtidos pela equipe levaram ao estabelecimento de uma parceria em fase de contratação, entre o Laboratório de Biotecnologia Agrícola/Unioeste e a empresa norte-americana Parry America Inc., Arlington, Texas, para desenvolvimento do projeto de pesquisa"Eficácia do produto Azamax?, visando ao controle da ampola e do ácaro-vermelho, cujo aporte financeiro será gestado pela Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação).
?Esse projeto trará resultados relevantes, pois contra essas pragas não há produto registrado para ser utilizado na erva-mate. Assim, é possível que em futuro não muito distante o produtor de erva-mate no Brasil tenha à sua disposição um produto de origem natural [o princípio ativo azadiractina é extraído do óleo dos frutos e sementes da planta conhecida popularmente por nim - Azadirachta indica], seguro ambientalmente e tem registro comercial no Brasil para utilização em vários cultivos orgânicos?, destaca o professor.
?O modo de ação do produto é específico para os insetos, agindo em sistemas e órgãos que os seres humanos não possuem. E o principal, a sua forma de utilização não expõe organismos não alvo ao produto, como joaninhas, aranhas, tesourinhas e outros predadores, bem como as abelhas, já que pode é absorvido e se desloca internamente na planta, degradando-se naturalmente em pouco tempo, não deixando resíduos nas folhas?, completa Alves. (Foto: Acervo Pessoal)