Caso JMK: CPI quer ouvir dois ex-secretários estaduais
Dois ex-secretários da Administração e Previdência do Paraná serão convidados para as oitivas da CPI da JMK na Assembleia Legislativa. O presidente da comissão, deputado estadual Soldado Fruet, informou que Dinorah Botto Portugal Nogara e Reinhold Stephanes devem ser ouvidos na reunião agendada para a próxima terça-feira (2), às 9 horas.
Dinorah estava à frente da pasta quando o Governo do Estado lançou a licitação para gestão da manutenção da frota e realizou o pregão, em 2014, e bem como na assinatura do contrato com a JMK, em janeiro de 2015. Em março de 2016 foi substituída por Stephanes, que comandou a SEAP até outubro do mesmo ano, mas voltou ao posto em janeiro de 2019. Também será convidado o delegado Benedito Gonçalves Neto, titular da Divisão de Infraestrutura da Polícia Civil à época da formalização do contrato com a JMK.
Na terceira reunião da CPI, nesta terça-feira (25), foram ouvidos dois delegados da Divisão de Combate à Corrupção: Alan Flore, titular da delegacia, e Guilherme Dias, responsável pelo inquérito que investiga o contrato firmado entre a JMK e o Governo do Paraná para gestão da manutenção da frota de 15.500 veículos de 52 órgãos públicos."Os depoimentos foram muito esclarecedores e serão muito bem aproveitados no andamento dos trabalhos", comentou o Soldado Fruet.
INVESTIGAÇÃO
Documentos da investigação policial iniciada em 2016 - e ainda em andamento - foram encaminhados aos integrantes da CPI. O delegado Flore explicou que, desde o início do contrato, servidores públicos que utilizavam os veículos oficiais, entre eles policiais, estranharam o superfaturamento nos serviços das oficinas mecânicas credenciadas pela JMK. "Um conserto que sairia por R$ 1 mil no particular ficava em R$ 4,5 mil a R$ 5 mil", exemplificou.
A Polícia Civil analisou cerca de 2 mil das mais de 200 mil ordens de serviço abertas pela JMK. Segundo o titular da DCCO, o aprofundamento das investigações desvendou um esquema sistemático de fraude na manutenção dos veículos oficiais. O edital exigia três orçamentos."Eles direcionavam os orçamentos para uma oficina e falsificavam o segundo e terceiro?, citou Flore."Usavam peças paralelas e cobravam como se fossem originais com base numa tabela com valores muito acima dos praticados pelo mercado", detalhou.
Conforme o delegado Guilherme Dias, a empresa estava em nome de"laranjas?, enquanto os verdadeiros responsáveis não apareciam no quadro societário."Era um esquema sofisticado, com aparência de legalidade?, observou."Os dados coletados apontam a responsabilidade do grupo empresarial, mas esperamos que todos os envolvidos possam ser alcançados pela Justiça ao final da investigação", afirmou Flore. (Foto: Assessoria)