Alep não aprovará reajuste a nenhum dos três Poderes
Diante do estouro do limite prudencial e de um relatório do Banco Mundial apontando que o crescimento real da folha de pagamento de inativos (7% ao ano) e ativos (5% ao ano) superou o desempenho da receita líquida do Paraná (4,4% ao ano) de 2017 para 2018, não restou outra alternativa a Ratinho Junior que não suspender o reajuste que pretendia dar ao funcionalismo público estadual.
E diante de sua manifestação do governador dando conta que o Executivo não irá reajustar salários agora por absoluta falta de possibilidade de fazê-lo, o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, anunciou que não submeterá à apreciação dos deputados qualquer proposta de reajuste também para os funcionários dos poderes Legislativo e Judiciário, que reivindicam uma reposição de 4,94%.
Esta terça-feira (25) começou com paralisação de trabalhadores principalmente da rede estadual de ensino, mas a dimensão da greve só poderá ser mensurada no decorrer do dia tendo em vista que há professores que lecionam apenas em meio período.
Além da crise, o governo usa como defesa o fato de a média salarial das principais carreiras do funcionalismo no Estado cresceu entre 8,2% e 33,9% de 2016 a 2019 mesmo sem reajuste, apenas com avanços de carreira concedido.
O maior crescimento foi registrado entre 17 mil funcionários da rede estadual de educação, que prometem entrar em greve nesta terça-feira (25). Na média, o vencimento desse grupo subiu de R$ 3.319,00 para R$ 4.443,00 em três anos, o que representa um aumento de 33,9%.
No mesmo período, os cerca de 60 mil professores do quadro próprio do Estado tiveram um aumento de 16,9% no salário médio, que passou de R$ 4.460,00 para R$ 5.215,00.
Na saúde, 6.762 servidores registraram um incremento de 19,3% entre 2016 e 2019, com a média salarial subindo de R$ 5.688,00 para R$ 6.785,00.
Entre as principais categorias do Estado, também constam reajustes 15,6% para os 19,6 mil policiais militares, de 12% para os 8.832 servidores do quadro próprio do Executivo e de 8,2% para a Polícia Civil. Hoje a média salarial dessas categorias é de, respectivamente, R$ 5.796,00, R$ 8.127,00 e R$ 8.457,00.
PÍSO PARA POLICIAIS
E nesta terça-feira a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Assembleia Legislativa examina uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos deputados Coronel Lee e Delegado Recalcatti que institui piso mínimo de 12% da receita corrente líquida do Estado para investimento em segurança pública. (Foto: Dálie Felberg/Alep)