PR não tem como atender servidores. E ponto final!
"Estamos fazendo esforços, cortando mordomias, para construir um projeto que permita, daqui a alguns meses ou no ano que vem, dar reajuste aos funcionários. Minha função como governador é cuidar do equilíbrio e garantir saúde financeira ao Estado". Essa declaração foi feita por Ratinho Junior durante entrevista coletiva em Londrina e descarta a hipótese de atender à reivindicação dos servidores públicos estaduais do Paraná, que ameaçam entrar em greve na próxima semana.
O governador afirmou que o esforço para melhorar o Estado não deve ser só do governo, mas de toda a sociedade."Podemos até pensar em reajuste, mas seria necessário aumentar impostos. E precisamos perguntar para a sociedade se quer aumento de imposto para dar reajuste para servidor", disse.
"Essa é uma discussão complexa. Entendo o trabalho dos servidores como árduo e importante. Mas temos de reconhecer que o Paraná está pagando o salário em dia. Há muitos estados com dificuldades de pagar até mesmo os aposentados e nós já estamos trabalhando para que o décimo terceiro esteja na conta já no início de dezembro. Tem que haver clareza de que há esforço do governo para ter as contas em dia", acrescentou.
Nenhum Estado do Brasil, lembrou Ratinho Junior, está dando reajuste ao funcionalismo, porque o País está em crise, com a arrecadação caindo. Ele lembrou que Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais estão parcelando o pagamento dos seus servidores e não conseguindo pagar aposentadorias.
"Minha obrigação como governador é não deixar o Paraná entrar nesta situação, que infelizmente acontece com estados nossos irmãos e que torcemos para que superem logo", acrescentou o governador.
LIMITE PRUDENCIAL
Ratinho Junior destacou também a questão de que o Estado não pode ultrapassar o limite prudencial nas despesas com a folha de pagamentos. "De acordo com o determinado pelo Tribunal de Contas e Secretaria do Tesouro Nacional, ultrapassar o limite significa ficar negativado, o que incorre em perda de convênios e comprometimentos de investimentos previstos no Estado. Minha função é ser guardião do orçamento", enfatizou.
O governador diz que o governo procura ações periféricas para colaborar com o servidor, mas sem colocar em risco a saúde financeira do Estado."Não existe a possibilidade de reajuste, porque representaria quase R$ 1 bilhão a mais de gastos. Temos que trabalhar com a realidade. Isso exigirá aumento de arrecadação e a população já paga muito imposto". (Foto: Rodrigo Félix Leal/AENPR)