Comissão virá procurar cadáveres da ditadura no Parque Nacional
A revelação de um relatório da CIA indicando que o general Ernesto Geisel ordenou a execução de mais de uma centena de inimigos da ditadura, que vigorou no Brasil de 1964 a 1985, realimentou a esperança dos familiares de reencontrar os seus mortos.
Onze integrantes da Cemdp (Comissão Especial de Mortos e Desparecidos Políticos), ligados à Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, chegarão nesta terça-feira a Foz do Iguaçu em busca de vestígios dos corpos de cinco perseguidos assassinados em uma emboscada em julho de 1974.
A equipe será comandada pelo médico Samuel Ferreira, do IML de Brasília, e ficará dois dias no Parque Nacional, próximo às Cataratas do Iguaçu, fazendo um trabalho de pesquisa com detectores de metais capazes de ajudar a identificar cartuchos de balas usadas na execução das vítimas e, com isso, a localizar onde foram enterradas.
No grupo, supostamente atraído e executado sob o comando do ex-sargento da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, Alberi Vieira dos Santos, estavam os irmãos Joel José e Daniel José de Carvalho, além José Lavéchia, Victor Carlos Ramos e o argentino Enrique Ernesto Ruggia, militantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).
"Sempre renovamos a esperança em momentos como este. Nunca a perdemos. É por isso que depois de tanto tempo sigo exigindo do governo que devolva os corpos aos familiares e que os responsáveis sejam julgados", comentou Lilian Ruggia, irmã de Enrique Ernesto, que na época tinha 18 anos. (Foto: H2 Foz)