Deputado do Oeste vai presidir a CPI da JMK
Os membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JMK elegeram por unanimidade o Soldado Fruet, que é deputado estadual por Foz do Iguaçu, como presidente do grupo de trabalho. O deputado Delegado Jacovós foi escolhido como relator e a vice-presidência ficou com o deputado Tião Medeiros. A CPI vai investigar os contratos do Governo do Paraná com a empresa responsável pela manutenção e gestão da frota de veículos oficiais do Estado.
Após a eleição, feita na tarde desta terça-feira (4), o presidente e o relator indicaram os próximos passos do grupo. De acordo com Fruet, uma das primeiras providências será a solicitação, junto ao Governo do Estado, dos documentos relativos à JMK."Com base nestes documentos, vamos definir a convocação para os depoimentos", declarou.
Jacovós afirmou que também deve convocar o delegado da Divisão de Combate à Corrupção da Polícia Civil, Alan Flore. Ele é o responsável pela Operação Peça Chave, que investiga a JMK e levou à prisão temporária de 15 pessoas."Como a investigação está avançada, temos de chamar os investigadores que trabalham no caso. Queremos complementar o trabalho realizado pela Polícia Civil", explicou. O deputado também disse que pretende sugerir a convocação de ex-secretários estaduais da Administração e Previdência. A próxima reunião está marcada para terça-feira (11), às 11 horas. A abertura da CPI foi proposta pelo próprio Fruet e o prazo para a realização dos trabalhos é de 120 dias, podendo ser prorrogado por mais 60.
O ESQUEMA
A operação Peça Chave investiga diversos crimes praticados por pessoas ligadas à empresa JMK, cujo prejuízo causado aos cofres públicos é estimado em mais de R$ 125 milhões. Há suspeitas de que as atividades criminosas aconteciam desde o início da execução do contrato, em junho 2015. Na semana passada, a Polícia Civil do Paraná cumpriu 15 mandados de prisão temporária e 29 de busca e apreensão contra responsáveis pela manutenção de veículos oficiais do Estado.
A investigação aponta que os responsáveis pela JMK teriam estabelecido uma sistemática que envolvia a falsificação e adulteração de orçamentos de oficinas mecânicas para elevar o valor do serviço prestado. Os superfaturamentos que chegavam a 2.450%. Além disso, usariam peças de qualidade e preço inferiores na manutenção de ambulâncias e viaturas policiais cobrando do Estado como se fossem peças originais. Os líderes do esquema teriam criado uma complexa estrutura que envolve "laranjas", dezenas de familiares e empresas de fachada para ocultar e dissimular a origem criminosa do dinheiro.
LIMINAR
Na sexta-feira (31), a Justiça concedeu liminar que autoriza a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência a pagar diretamente os consertos de veículos da frota que estão parados nos pátios das oficinas. A autorização judicial permite que o governo pague pelos reparos de veículos que estão com ordens de serviços abertas.
As dívidas relativas às várias oficinas que já fizeram reparos em carros oficiais e não receberam da JMK deverão ser cobradas diretamente da empresa, uma vez que o Estado já efetuou estes pagamentos à contratada.
O Governo do Estado determinou ainda que os órgãos da administração pública suspendam todos os pagamentos à empresa JMK. A Secretaria trabalha no processo de rescisão contratual, que deve ocorrer dentro de alguns dias. O edital de licitação para contratação de nova empresa responsável pela manutenção da frota deve ser lançado nas próximas semanas. (Foto: Arquivo)