Prejuízos do campo com quedas de luz vão cessar
Há anos os produtores de frangos e peixes do Oeste do Paraná acumulam incontáveis prejuízos causadas por constantes quedas no fornecimento de energia elétrica, um insumo indispensável para osetor. Mas nesta sexta-feira (24), em Cascavel, o governador Ratinho Junior, o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, e o diretor de Distribuição da companhia, Maximiliano Andres Orfali, anunciaram que o problema finalmente será solucionado.
Isso se dará com um investimento de R$ 474 milhões nos próximos três anos para fortalecer o sistema elétrico da região e garantir suporte à produção agropecuária. O montante faz parte do maior plano de investimentos da história da Copel em distribuição, que até 2021 vai aplicar R$ 1,77 bilhão em melhorias e ampliações em todo o Paraná. Os primeiros R$ 836 milhões serão investidos até o final deste ano.
O governador também se reuniu com cerca de 1,1 mil produtores rurais em Cafelândia, onde as ações foram detalhadas."Esse será um grande investimento da Copel nesta região, mais que a metade do montante previsto para este ano para todo o Estado", disse o governador.
"Vamos corrigir um problema histórico do Oeste, região de grande produção agropecuária, com destaque em frangos e suínos. A energia é fator básico para a cadeia de produção evoluir. O investimento vai ajudar a sustentar a economia da região", enfatizou o governador. Ao todo, quase 622 mil moradores serão beneficiados.
A Copel quer garantir o suporte necessário ao setor produtivo, reforçou o presidente da empresa."O Oeste do Paraná cresceu mais do que a média do Estado. Nossa prioridade, agora, é recuperar o tempo perdido e dar condições para os agricultores, industriais e comerciantes crescerem", enfatizou Slaviero.
Segundo ele, a Copel vem focando os investimentos no segmento de distribuição."Isso quer dizer que haverá melhoria com a mudança de rede monofásica para trifásica, instalação de quatro novas subestações de energia, mais de 1.100 obras, só nesta região, para que todos os consumidores possam sentir avanços significativos", afirmou. O investimento inclui, também, equipamentos mais modernos, que fazem religação automática.
No encontro em Cafelândia, o diretor de Distribuição da Copel, Maximiliano Andres Orfali, afirmou que os investimentos estruturantes farão com que a rede do sistema elétrico fique mais forte."Há também investimentos em automação de redes, novas tecnologias e equipamentos de última geração para que, quando faltar energia, possamos atender mais rapidamente com solução ao problema", disse ele.
"Uma rede mais forte e robusta e a possibilidade de atender mais rápido quando falta energia melhoram a condição do produtor rural, sua competitividade, diminui os prejuízos. Por isso trabalhamos tão fortemente para trazer recursos para melhorar essa rede", completou Orfali.
NOVAS SUBESTAÇÕES
Em 2019, as obras estruturantes, que dão suporte à rede que leva energia ao consumidor, receberão R$ 84 milhões no Oeste do Paraná, o que representa 33% do total destinado ao Estado (R$ 249 milhões). A região terá quatro novas subestações de alta-tensão que, junto com 200 quilômetros de novas redes (também de alta-tensão), vão garantir confiabilidade energética para a região.
As redes de média tensão, que levam energia ao consumidor final, contarão com um reforço de cerca de 1.100 novas obras até 2021, representando um total de R$ 99 milhões. Nesses três anos, a Copel vai instalar duas novas subestações de média tensão, 440 quilômetros de redes, 42 reguladores de tensão e 805 religadores automáticos, além de dispositivos self healing em regiões rurais.
PITOL COMEMORA
De acordo com o presidente da Copacol, Valter Pitol, os criadores de frango e peixe levam de um a dois anos para recuperar os prejuízos quando perdem lotes por causa das quedas de eletricidade. Segundo ele, se o produtor perde um lote de frango, é preciso fazer mais cinco lotes para pagar o prejuízo. Se perder um lote de peixe, são dois anos perdidos."Temos certeza que esses investimentos vão se concretizar. Há muitos anos buscamos essas melhorias que o produtor precisa", disse."Este anúncio nos dá segurança de que reduziremos muito as perdas que tivemos até hoje, principalmente na produção de frango e peixe". (Foto: Rodrigo Félix Leal/AENPR)