Cumprindo determinação judicial, baixada após a revogação do habeas corpus que o mantinha livre, o ex-presidente Michel Temer se entregou à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira (9) e voltou para a prisão cerca de duas horas antes do vencimento do prazo determinado. Ele saiu de casa escoltado às 14h40 e se apresentou à Superintendência da PF menos de meia hora mais tarde.

Na noite de ontem, a 1ª Turma do TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região) decidiu, por 2 votos a 1, pela revogação do habeas corpus e o retorno à prisão de Temer e de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do ex-presidente, que estavam soltos desde 25 de março. Lima também se entregou à PF paulista.

O Ministério Público Federal afirma que o grupo chefiado por Temer chegou a manter atividades de contrainteligência sobre investigações feitas pela Polícia Federal. No inquérito, o MPF mencionou a possibilidade de destruição de provas e argumentou que a prisão domiciliar seria insuficiente para impedir crimes.

Pouco após o anúncio da revogação do habeas corpus, o ex-presidente deu entrevista na porta de sua casa e disse que considera a decisão"inteiramente equivocada sob o foco jurídico?, mas que se entregaria voluntariamente, o que efetivamente aconteceu. Ele é acusado de liderar uma organização criminosa que teria negociado R$ 1,8 bilhão em propina. (Foto:Aloisio Mauricio/Fotoarena/Folhapress)