Papa obriga religiosos a denunciarem abuso sexual
Por decreto, tal qual tem feito o presidente brasileiro Jair Bolsonaro em determinadas situações, o papa Francisco tornou obrigatória a denúncia das suspeitas de casos de abuso sexual às autoridades eclesiásticas. A regra é válida para os casos ocorridos dentro da Igreja Católica e estabelece diretrizes de como as dioceses devem agir nesse tipo de situação.
O decreto papal"Vos estis lux mundi"(Vós sois a luz do mundo) foi publicado nesta quinta-feira (9) e, além de responsabilizar os religiosos por acobertar casos de abuso, determina que as dioceses católicas do mundo todo criem sistemas de notificação simples e acessíveis no um prazo de um ano. Também orienta que as dioceses incentivem as igrejas a envolver especialistas leigos (não religiosos) em investigações de suspeita de abuso.
O papa orienta que os religiosos acolham, escutem e acompanhem vítimas e suas famílias, além de fornecer assistência médica, terapêutica e psicológica em caso de necessidade. As investigações devem garantir a confidencialidade dos envolvidos e durar no máximo 90 dias. O texto abre espaço, ainda, para que qualquer pessoa possa se queixar diretamente ao Vaticano se necessário.
?Deve-se continuar a aprender das lições amargas do passado a fim de olhar com esperança para o futuro?, justificou o Papa sobre a medida,
baixada num momento em que a Igreja Católica enfrenta escândalos de violência sexual em vários países. A responsabilidade de lutar contra os crimes sexuais recai, em primeiro lugar, segundo o pontífice,"sobre os sucessores dos apóstolos, colocados por Deus no governo pastoral do seu povo". (Foto: Arquivo Veja)