Brasil passará a abastecer China com banha de porco
O presidente Jair Bolsonaro usou sua conta no Twitter neste domingo (5) para dar uma boa notícia ao agronegócio. Segundo ele, governo chinês autorizou o início da importação de gordura comestível de carne de porco do Brasil.
?Para suprir uma lacuna de demanda deixada pela peste suína, o governo chinês autorizou exportadores de carne de porco do Brasil a embarcar também a gordura comestível do animal. A medida atende a um pedido feito pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA)?, escreveu o presidente.
Bolsonaro acrescentou que, segundo a entidade, o subproduto tem valor de mercado superior ao das carnes tradicionais."Até o fim de 2019, a China pode ter um déficit de oferta de 1 milhão a 2 milhões de toneladas no processamento de suínos. Podemos avançar muito neste setor?, destacou.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com o surto de peste suína africana atacando os rebanhos chineses, o Brasil quer ampliar o fornecimento de carnes para a China, que é a maior produtora e consumidora da proteína suína no mundo.
O ministério estima que o país asiático perdeu cerca de 30% de rebanho de suínos em decorrência da doença.
VISITA Á ÁSIA
A partir desta segunda-feira (6), a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, acompanhada de cerca de 100 empresários e político, inicia viagem de 16 dias por quatro países do continente asiático - Japão, China, Vietnã e Indonésia.
Segundo o ministério, o Brasil tem 79 plantas de frigoríficos com possibilidade de serem habilitadas para exportar para a China. Em visita no ano passado, técnicos chineses vistoriaram 11 frigoríficos. Desses, um foi reprovado e dez tiveram de fornecer informações adicionais. Agora, os chineses solicitaram ao Brasil a lista dos estabelecimentos autorizados a vender para a União Europeia, que totalizam 33.
Além dessa lista, a comitiva brasileira levará dados sobre estabelecimentos inspecionados, mas que não são habilitados para a União Europeia; lista de produtores de suínos habilitados para outros mercados exigentes como Estados Unidos e Japão e produtores de bovinos, aves e asininos habilitados para outros mercados exigentes com exceção da União Europeia.
Durante a viagem à Ásia, a ministra vai discutir também com as autoridades japonesas a abertura de mercado para material genético, abacate, estabilizantes, extrato de carne e carnes bovinas. Na China, também haverá debate sobre exportação de produtos de organismos geneticamente modificados, suco de laranja, novas tecnologias, melão, status sanitário de produtos brasileiros e empresas de lácteos.
Na visita, a ministra participará do Encontro de Ministros da Agricultura do G20, que ocorrerá em Niigata (Japão) no dia 11 de maio, e terá reuniões com autoridades de outros países, além da Ásia. (Foto: Arquivo)