Previdência Social sangra, mas CUT é contra reforma
A Previdência Social registrou déficit de R$ 195,2 bilhões em 2018, um aumento de 7% em relação a 2017. A despesa com benefícios cresceu 5,2% e fechou o ano em R$ 586,4 bilhões. A arrecadação, por sua vez, subiu apenas 4,4%, somando R$ 391,2 bilhões. Os valores são nominais, isto é, não consideram a inflação do período.
A principal causa desse resultado foi o benefício pago aos trabalhadores rurais, que teve R$ 9,9 bilhões de arrecadação e R$ 113,8 bilhões de gasto. Já o benefício urbano teve prejuízo consideravelmente menor, de R$ 81,4 bilhões, mas ainda assim 13,5% maior que o de 2017.
Apesar deste cenário apontar para uma iminente falência do sistema se mudanças não forem feitas de forma urgente, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) aproveitou o ato do 1º de maio para fazer o lançamento da plataforma virtual"Na Pressão?, que tem como objetivo permitir que a população pressione deputados e senadores a votarem contra a reforma em tramitação no Congresso Nacional.
A plataforma possibilita que qualquer pessoa entre em contato com parlamentares, por meio de redes sociais, e-mail ou WhatsApp. Com apenas alguns cliques, é possível enviar uma mensagem a deputados e senadores, que são divididos na plataforma em"a favor?,"contra"e"indecisos?, mas sem especificar como fizeram essa classificação.
?Vamos usar esta ferramenta para pressionar os parlamentares para que a gente derrote essa reforma que nada mais é do que o fim da aposentadoria no País?, informou em nota o secretário de Comunicação da CUT, Roni Barbosa.
A mensagem que está disponível na plataforma para ser enviada aos parlamentares é:"Sr (a). Deputado (a): Vote NÃO à Reforma da Previdência! A PEC 06/2019 destrói o direito à Aposentadoria da maior parte da população brasileira. Tenha dignidade e não roube a minha aposentadoria!". Além disso, uma greve geral está sendo organizada para 14 de junho.
ANDAMENTO
Aprovada com 48 votos favoráveis e 18 contrários na Comissão de Constituição e Justiça, a reforma da Previdência agora está em análise da Comissão Especial, fase em que devem ocorrer as maiores modificações na proposta enviada ao Congresso.
O Centrão, bloco que reúne PP, PR, DEM, PRB e Solidariedade, já sinalizou que deve alterar alguns pontos da proposta, como na aposentadoria rural, no BPC (Benefício de Prestação Continuada), no abono salarial e na aposentadoria especial dos professores. Isso pode comprometer a economia de R$ 1,237 trilhão em dez anos prevista pela equipe econômica do governo.
Após passar pela Comissão Especial, a reforma ainda precisará ser votada em dois turnos no plenário da Câmara com no número 308 votos antes de ser encaminhada ao Senado.