Bolsonarismo evolucionista?
J. J. Duran
A doutrina da evolução se fundamenta na teoria de que todo movimento tem deslocamento progressivo, concatenado e harmônico. Na visita do presidente Jair Bolsonaro ao controverso presidente norte-americano Donald Trump, o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Henrique Fraga Araújo, manifestou à imprensa que o ex-capitão assumiu o governo com nítida primazia das ideias conservadoras e liberais. E agregou que, apesar de não ser revolucionário, o Governo Bolsonaro é evolucionista.
Pois entendo que navegam à deriva neste governo duas ações de primacial valor para colocar em prática o projeto proclamado no período da campanha: a política e a econômica. E o navegar um tanto sem rumo dos primeiros 100 dias do governo é fruto do chamativo amadorismo do presidente e seu elenco ministerial, que protagonizaram seguidos curtos-circuitos com o Parlamento e a sociedade em geral.
Sem catastróficos augúrios, temos que analisar que as seguidas, errôneas e descabidas declarações que levaram a esses atritos não levaram ao engrandecimento de uma oposição ainda ignota, mas são suficientes para colocar em risco a necessária governabilidade.
Bolsonaro parece ter uma atração fatal pelo jeito Trump de ser, o que modifica o relacionamento externo oficial do País e produz um perigoso relacionamento geopolítico com os mercados árabe e asiático, grandes compradores de nossas riquezas.
Uma visão mais panorâmica mostra que um colosso como o Brasil não pode estabelecer delineamentos políticos-ideológicos via internet, pois se trata de um meio de comunicação formador de marginalidade radical.
É hora de parar e refletir, pois este é o momento mais adequado para "instalar o Brasil no mundo e o mundo na mente dos governantes brasileiros". Isso é evolução!
J. J. Duran é jornalista e membro da Academia Cascavelense de Letras