Caso dos rubis: não existe nada de ilegal, diz acusado
Marcus Cesar Pereira da Silva, ex-assessor parlamentar do vereador Misael Junior, quebrou o silêncio e deu sua versão sobre a apreensão de 7,5 quilos de rubis que estavam com ele e o irmão. O fato aconteceu na terça-feira passada, no Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, e ganhou repercussão nacional diante do valor do produto (R$ 14 milhões) estimado por um perito em pedras preciosas.
Em entrevista exclusiva a Zaqueu Luz, do site clicparana.com, ele começou esclarecendo que a pessoa que estava com ele no aeroporto era seu irmão e sócio da empresa envolvida na negociação, que a operação foi toda feita dentro da legalidade e que a nota de origem, cuja ausência levou à apreensão dos rubis, seria emitida quando a negociação fosse concluída e as pedras embarcadas para seu destino, que era Portugal.
"Paguei imposto no Brasil, paguei imposto em Portugal, paguei todas as taxas", relatou Marcus Cesar, ressaltando ter seguido criteriosamente as orientações da trading de Guarulhos (SP) encarregada de fazer o embarque das pedras para Portugal. "Informei que iria de avião e solicitei a documentação para poder embarcar. Eles me enviaram uma nota de transporte e disseram que eu poderia viajar tranquilo", afirmou, para em seguida desmentir categoricamente a versão de que ele e o irmão tivessem sido presos no Aeroporto de Foz. Segundo ele, diante da falta da nota de origem das pedras eles foram convidados a ir até a Delegacia da Receita Federal, onde compareceram, prestaram os esclarecimentos e foram liberados em seguida.
Também confessou que sentiu certo medo diante do valor estimado das pedras "porque, querendo ou não, acaba colocando a gente em risco". O real valor, acrescentou, é infinitamente menor e só poderá ser calculado com precisão depois da lapidação.
EXONERAÇÃO
Marcus Cesar também confirmou a versão de Misael Junior sobre sua exoneração. Disse que já tinha tratado do assunto com o vereador dias antes e que na segunda-feira passada não só reiterou como assinou o pedido diante da orientação para que levasse os rubis na terça para São Paulo e que em poucos dias teria que viajar a Portugal para concluir a negociação.
"Envolveram o Misael sem ele ter culpa de nada. Ouvi pessoas falando que eu sou parente do Misael porque tenho o sobrenome Pereira, mas eu sou Pereira da Silva e ele é Pereira de Almeida. Somos irmãos em Cristo e amigos. Ele não tem participação na empresa, que é minha e de meu irmão", acrescentou.