Lava Jato: García comete suicídio para não ser preso
Autoridades do Peru confirmaram há pouco a morte do ex-presidente Alan García em um hospital em Lima, horas depois de desferir um tiro contra a própria cabeça na manhã desta quarta-feira (17). Ele cometeu esse ato extremo logo após a chegada de policiais em sua casa para prendê-lo por um caso de corrupção ligado à empreiteira brasileira Odebrecht e revelado pela Operação Lava Jato.
A Justiça do Peru havia determinado a prisão de dez dias de García pela acusação de receber dinheiro ilegal da Odebrecht em sua campanha eleitoral de 2006, de acordo com o site do jornal peruano "El Comercio".
De acordo com a publicação, às 6h25 de Lima (8h25 em Brasília), os agentes chegaram à casa deele com um mandado de busca e apreensão. Pouco depois, uma equipe de escolta pediu ao ex-presidente que descesse, porque também havia um pedido de detenção. Eles relataram que García se comunicou com seus advogados e, então, pegou uma arma e disparou contra a cabeça. Levado às pressas ao hospital Casimiro Ulloa, García chegou a ser operado, mas morreu em seguida.
O CASO
A Odebrecht é investigada no Peru por ter pago propina para ganhar contratos de obras de infraestrutura. Os casos de suborno da empreiteira brasileira naquele país já levaram à prisão o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski e da líder da oposição, Keiko Fujimori. Kuczynski, que também está hospitalizado e nega envolvimento com qualquer irregularidade, foi detido na quarta-feira passada (10).
Os ex-presidentes Olianta Humana e Alejandro Toledo também tiveram a imagem abalada por envolvimento com irregularidades relacionadas à construtora brasileira. Em fevereiro, a Odebrecht fechou acordo de colaboração com o governo peruano, similar aos feitos com outros sete países: Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala. (Foto: Arquivo rpp.pe)