PSDB vai trocar de nome ao invés de escorraçar corruptos
Enfrentando o desgaste de escândalos de corrupção envolvendo Aécio Neves e outras figuras exponenciais de seu quadro de filiados, o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) tomou mais uma daquelas decisões salomônicas sem efeito prático: trocar de nome.
"Melhor do que o achismo e o personalismo é a pesquisa, ela representa a convicção daquilo que emana da opinião pública", disse o governador de São Paulo, João Doria, ao revelar que já foi decidida internamente a contratação de um levantamento junto à militância para definir uma nova sigla.
"O caminho do PSDB deve valorizar a sua história, mas entender também a dinâmica de um país que evolui no tempo e no espaço. Hoje o PSDB caminha para ser um partido de centro com respeito à esquerda e à direita com definições claras em suas políticas sociais, mas também liberal na política econômica", completou Doria.
Sobre a situação de Aécio Neves, nada se comenta. Já réu em uma primeira ação sob acusação de receber R$ 2 milhões da JBS, além de alvo de outros oito inquéritos, o ex-presidenciável segue sob o guarda-chuva tucano sem ser incomodado pela militância e muito menos pela cúpula do partido.
Mudar de nome pode até funcionar como estratégia de marketing eleitoral, mas não para a depuração interna imprescindível para que o partido possa descolar sua imagem de denúncias graves que também atingiram os ex-governadores José Serra, Geraldo Alckmin, Beto Richa, Yeda Crusius e Marconi Pirillo e o ex-ministro Aloysio Nunes, além de inúmeras outras figuras expressivas de seus quadros. (Foto: Arquivo)