Chanceler aponta intromissão em apoio de estrangeiros a Lula
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, alertou nesta quarta-feira sobre a inoportunidade do apoio de seis líderes políticos europeus à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
"Recebi, com incredulidade, as declarações de personalidades europeias que, tendo perdido audiência em casa, arrogam-se o direito de dar lições sobre o funcionamento do sistema judiciário brasileiro", diz o comunicado do chanceler.
"Qualquer cidadão brasileiro que tenha sido condenado em órgão colegiado fica inabilitado a disputar eleições. Ao sugerir que seja feita exceção ao ex-presidente Lula, esses senhores pregam a violação do estado de direito", acrescenta o texto.
Por fim, o ministro questiona. "[Esses líderes estrangeiros] fariam isto em seus próprios países? Mais do que escamotear a verdade, cometem um gesto preconceituoso, arrogante e anacrônico contra a sociedade brasileira e seu compromisso com a lei e as instituições democráticas".
NOMES
Os seis ex-chefes de Estado e de Governo europeus que defendem a candidatura de Lula são o espanhol José Luis Rodríguez Zapatero (ex-primeiro-ministro), o francês François Hollande (ex-presidente da República), os italianos Massimo D'Alema (ex-chanceler), Romano Prodi (ex-primeiro-ministro) e Enrico Letta (ex-primeiro-ministro) e o belga Elio di Rupo (ex-primeiro-ministro). Eles assinaram um manifesto denominado "Chamada de Líderes Europeus em apoio a Lula".