Debate da Previdência vira baixaria e termina na polícia
Seguindo fielmente o tom ditado pela presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o também deputado paranaense Zeca Dirceu e a deputada gaúcha Maria do Rosário roubaram a cena ao final da sessão de ontem da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e fizeram com que o primeiro grande debate da proposta de reforma da Previdência na Câmara Federal se transformasse em um caso de polícia.
Durante a tarde de ontem Gleisi já havia se desentendido com Guedes ao se dirigir a ele aos gritos, mas à noite o ambiente ficou ainda mais tenso e a sessão teve de ser encerrada por volta das 20h30 pelo presidente da Comissão, Felipe Francischini, por absoluta falta de clima para a continuidade do debate.
Zeca Dirceu provocou a confusão ao afirmar que o ministro da Economia é "tigrão" com os aposentados, agricultores e professores, e "tchutchuca" (em referência ao funk do grupo Bonde do Tigrão) com "a turma mais privilegiada do País" e os "amigos banqueiros". Guedes revidou e, apesar de estar com o microfone desligado, respondeu ao deputado que "tchutchuca é a sua mãe e a sua avó".
O bate-boca continuou depois de encerrada a sessão e Zeca Dirceu foi chamado de "moleque" por alguns colegas e repreendido por outros pela forma como continuava se dirigindo a Guedes.
E como se a baixaria já não fosse suficiente, a deputada Maria do Rosário alegou ter sido agredida pela assessora especial do Ministério da Economia, Daniella Marques, e exigiu que ela fosse levada para a delegacia da Polícia Legislativa da Câmara, o que foi feito.
Mais tarde, o procurador-geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello, que acompanhou Daniela até a delegacia, disse que não houve registro de ocorrência e que os contendores saíram "numa atmosfera absolutamente serena".