Vereador que agrediu deputado não será preso
A Justiça Federal negou o pedido de prisão e de medida cautelar contra o vereador Amauri Cardoso, de Londrina, feito pela defesa do deputado federal Emerson Petriv, o Boca Aberta. A decisão é desta segunda-feira (25), segundo o G1 Paraná.
Amauri e Boca Aberta brigaram no sábado (23), na saída de uma universidade particular onde ocorria a 14ª Conferência Municipal de Saúde de Londrina. A briga foi filmada por assessores e as imagens mostram quando o vereador dá um direto de direita na cara do deputado, que precisou ser levado a um hospital e ficar internado por 24 horas.
Em seguida, Amauri e Boca Aberta continuam discutindo e quando o vereador tenta entrar no carro para ir embora, o deputado o agarra, e a confusão recomeça.
O juiz federal substituto Ricardo Cagliari Bicudo indeferiu o pedido de prisão em flagrante porque não há elementos que sustentem o pedido e também porque "não se prende em flagrante por mandado".
Para o magistrado, a prisão em flagrante deve ser realizada após a infração ou quando o autor é perseguido, está com instrumentos, armas ou documentos que atestem a autoria do crime.
"Não é, obviamente, o caso aqui. Os fatos ocorreram na manhã do dia 23 de março de 2019. Após as agressões, querelante e querelado, pelo que se depreende da peça inicial, acabaram tomando rumos diversos", explica o juiz, ressaltando que a agressão ocorreu em um "contexto de autodefesa".
A defesa do deputado pediu a imposição de medidas restritivas contra o vereador, o que também foi negado sob alegação de que, como os dois envolvidos são figuras públicas e têm bases eleitorais na mesma cidade, se torna difícil a execução e fiscalização da medida.
A CONFUSÃO
Depois da briga, os dois informaram que registraram Boletim de Ocorrência relatando as agressões. E no domingo, ao sair do hospital, Boca Aberta disse que vai entrar com pedido de cassação contra Amauri Cardoso na Câmara de Londrina por quebra do decoro parlamentar.
Ainda no sábado, dia da confusão, Amauri convocou uma coletiva de imprensa na Câmara de Londrina e afirmou que reagiu ao se sentir acuado, o que é comprovado pelas imagens. Disse que, durante o evento em que antecedeu a briga, falou sobre a necessidade de respeito aos profissionais de saúde e sugeriu que fosse lida uma moção de repúdio da Associação Médica, que cita a conduta de Boca Aberta.