Campo ganha estímulo para produzir biogás e biometano
O Sebrae/PR, a CIBiogás e a Unido (United Nations Industrial Development Organization), agência das Nações Unidas especializada no sistema, assinaram nesta segunda-feira (18), em Curitiba, o Termo de Cooperação para o Projeto para o Desenvolvimento do Biogás e Biometano no Sul do País.
O objetivo é desenvolver ações e projetos conjuntos para o fortalecimento da produção de biogás e biometano nas pequenas empresas e cadeias produtivas do agronegócio. Além de gerar modelos de negócios e incentivar a cadeia produtiva do biogás por meio de governanças territoriais e setoriais, o acordo também prevê realizar atividades de treinamento e capacitação de produtores de biogás, a disponibilização de linhas de crédito para pequenos negócios, além de outras ações de fomento ao segmento.
O projeto capitaneado pelo Sebrae Nacional e Sebrae/PR ainda integrará ações com os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. As regiões Oeste e a dos Campos Gerais no Paraná, identificadas como de grande potencial para a produção e consumo de biogás, serão as primeiras a receber os investimentos decorrentes desse acordo.
Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR e vice-governador do Paraná, Darci Piana, o objetivo é estimular a utilização de energia sustentável, limpa e que trará benefícios para o setor produtivo.
"A energia é um tema prioritário para os governos e decisivo para o desenvolvimento da economia brasileira. O Paraná é um dos estados mais importantes do agronegócio e com a união do conhecimento técnico e tecnológico com a atuação dos agentes públicos e das cooperativas poderemos promover negócios sustentáveis, com a melhoria na utilização do solo e a produção de uma energia mais barata", ressalta Piana.
Paulo Cezar Alvim, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, afirma que o acordo pode trazer grandes benefícios à população com os resultados que devem ser alcançados ao longo do tempo. "Queremos transformar o conhecimento em riqueza e melhorar a qualidade de vida da população e vamos estimular ainda essa cultura para o desenvolvimento sustentável do País", exalta.
"Para estimular a realização de novos investimentos precisamos criar um ambiente de negócios favorável por meio do incentivo à cooperação. Dessa maneira, conseguimos unir o desenvolvimento técnico e científico com a CIBiogás, os conhecimentos em regulação e linhas de financiamento por meio da Unido e o estímulo à produção e novos negócios por parte do Sebrae/PR", explica Rodrigo Régis, da CIBiogas.
Ele detalha que o Paraná é pioneiro na realização de atividades ao biogás, uma vez que sedia o primeiro centro de pesquisa e desenvolvimento desse tipo de energia (localizado na Itaipu Binacional), além de buscar linhas de cooperação para a produção dessa energia.
FOCO NO CAMPO
O potencial da utilização desse tipo de energia é especialmente grande no setor agropecuário que gerou, apenas em 2017, um PIB de R$1,4 trilhão. A proposta foca na utilização dos resíduos para levar uma energia mais barata para o produtor rural. Régis cita que os custos com energia representam em média 17% dos custos totais de um produtor de aves, por exemplo.
A Unido participa do acordo por meio de seu Departamento de Energia. "O projeto se enquadra nos requisitos da Unido de diminuir a emissão de gases do efeito estufa e a dependência de combustíveis fósseis. Queremos o uso do biogás para substituir as energias térmica e elétrica e como combustível que poderão colaborar para o desenvolvimento da cadeia produtiva", afirma Alessandro Amadio, representante da Unido no Brasil.
Para o diretor de Operações do Sebrae/PR, a promoção do crescimento econômico dentro de uma estratégia ambientalmente sustentável envolverá todos os pontos da cooperação técnica assinada durante a reunião do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR. "Vamos incentivar planos de desenvolvimento, capacitar e organizar as empresas da cadeia produtiva do biogás e do biometano em rede ou comunidades de empreendimentos nos territórios, o que vai gerar modelos de negócios no segmento, incluindo processos associativos de produção", projeta Agostini. (Foto: Regis Santos/Inove)