Eleições de 2020 devem ter recorde de candidatos
As eleições municipais de 2020 trarão uma mudança que promete provocar uma verdadeira "revolução" no quadro político-partidário do País, com reflexos diretos na disputa pelo poder nos municípios do País todo. As siglas estarão proibidas de fazer coligações proporcionais, ou seja, de formar os chamados chapões para a disputa das vagas de vereador.
Por conta disso, o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo (foto), previu em entrevista a Ivan Santos, do Bem Paraná, que no próximo ano haverá aumento não só o número de concorrentes às câmaras, mas também às prefeituras.
O fim das coligações foi aprovado na reforma política votada pelo Congresso em 2017. O objetivo é impedir que um partido "transfira" votos para candidatos de outras legendas, com votação inferior por estarem coligados. Até então, o mecanismo permitia que siglas menores se juntassem a outras para conseguirem emplacar seus candidatos. Sem ele, os partidos terão que se virarem sozinhos, o que a princípio, beneficiariam as agremiações maiores, mais tradicionais e organizadas.
Diante das novas regras, as legendas que quiserem entrar na disputa terão que apresentar chapas próprias às câmaras municipais e isso deve levar também ao aumento do número de concorrentes às prefeituras, já que os partidos que não disputarem a eleição majoritária com nomes próprios perderão visibilidade. Além disso, os candidatos dos grandes partidos terão pouco a oferecer para atrair outras siglas para uma coligação na disputa pelo Executivo, apesar dessas alianças para a eleição de prefeito continuar sendo permitida.
"A tendência é você ter mais candidatos. Agora vai começar a dar chance para muita gente. Porque se eu sou um candidato com 1 mil, 1,5 mil votos e você apresenta uma chapa onde eu tenha chance é capaz de eu me interessar. Então, acho que vai ajudar muito o partido pequeno que tiver chapa. Quem não tiver chapa está morto", avaliou Hidalgo.
"Tinha uma versão de que os partidos pequenos sairiam perdendo. Agora a versão é de que quem tiver chapa vai sair fortalecido, independente de ser pequeno ou grande. Porque todo mundo vai querer entrar. Se eu tiver vinte candidatos com 500 votos, todo mundo vai querer entrar nesse partido", explicou ele.
CASCAVEL
Em Cascavel, as eleições municipais de 2016 já foram disputadas por um número bem expressivo de candidatos. Leonaldo Paranhos se elegeu prefeito já no primeiro turno concorrendo com outros seis candidatos: Aderbal Mello, Hélio Laurindo, Marcio Pacheco, Marcos Vinícius Pires de Souza, Ivanildo Claro da Silva e Walter Parcianello. Já para a Câmara foram lançados 409 candidatos para apenas 21 vagas. A regra eleitoral deverá inflacionar ainda mais esses números no ano que vem. (Foto: Arquivo)